Duas semanas se passaram desde o último incidente. Semanas de lágrimas, noites mal dormidas e muito álcool. Tudo parecia preto e branco, cores mortas que preenchiam seus dias desde a última palavra que trocara com a namorada.
Que merda deu em você, ruiva? Como pôde fazer isso comigo?
Toni havia contrariado todos os pedidos de Cheryl de não procurá-la. Ligou centenas de vezes, mandou uma enxurrada de mensagens, mas não teve sucesso algum. A ruiva não retornou e tão pouco estava indo a escola, o que não facilitava as coisas para a morena.
Como diria o... Bom, sei lá quem: Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé!
Ela daria o espaço de três dias, se Cheryl não aparecesse na escola, ela iria até a casa dela, enfrentaria espingardas, canhões e granadas se fosse preciso, mas ia falar com ela e tirar essa história a limpo.
Ou meu nome não é Toni Fucking Topaz!
---x---
Quando você está solitária, o tempo para. Resolve brincar com sua dor, apertando-a, tornando-a quase insuportável. Ele ri debochado, se divertindo as suas custas. Era exatamente assim que Cheryl Blossom se sentia.
Nem sempre o que é certo é mais fácil. Na maioria das vezes não é!
Essa frase se tornara seu mantra. Passou as últimas semanas agarrado a ele como se fosse uma música chata que você ouve e não consegue tirar da cabeça.
Eu fiz o certo!
- Cheryl...
Penélope apontou na soleira da porta.
- Sim, mãe?
- Está tudo bem? - Perguntou preocupada.
O suspiro foi mais do que audível, ecoou pelas grossas paredes. Ela não respondeu.
O que a senhora acha?
- Eu fiz um jantar...
- Não estou com fome! - Cortou a mãe.
- Você precisa comer, levantar dessa cama, senão vai acabar ficando doente!
- Por favor, me deixe em paz! - O pedido saiu como um sussurro, era um súplica.
A mãe baixou a cabeça e se retirou.
---x---
- Onde ela está? - Perguntou a carranca de Clifford Blossom.
Clifford estava sentado na mesa conversando com Reggie, ambos esperavam a presença de Penélope e Cheryl, mas só a primeira apareceu.
- Esta cansada, não vai comer hoje!
- Besteira de uma menina mimada. Vou lá em cima e trazê-la aqui, nem que tenha que arrastá-la pelos cabelos!
Ele se levantou furioso, rodou a mesa, mas foi impedido pela mão de Penélope.
- Por favor! Dê um tempo para ela se acostumar com essa ideia de casamento. É só o que eu te peço!
O homem bufou, contrariado.
- SE ELA NÃO VAI COMER AQUI, EU TAMBÉM NÃO VOU! VAMOS, REGGIE, VAMOS SAIR!
- Onde vocês vão?
- NÃO É DA SUA CONTA! - Ralhou Clifford.
Ele saiu trotando de casa, seguido por um Reggie com um sorriso presunçoso e debochado.
Eles formavam uma bela dupla de otários.
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a little bit dangerous - choni
RomanceQuem imaginaria que no momento em que colidimos todo o vazio iria se refazer? E finalmente eu iria enxergar que existia algo muito além dele.