Bad Romance

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Abro a porta do apartamento e ao entrar no mesmo, piso em muitos papéis. Contas, suspiro ao vê-las, piso em cima com força e as deixo exatamente onde estão. Jogo minha bolsa em qualquer canto e caminho até o sofá, me jogo nele, levanto os pés e tiro minhas botas, faço com elas exatamente o que fiz com a bolsa, as arremesso em qualquer canto. Fecho os olhos, agarro uma almofada e a jogo para cima do rosto, com intuito de me livrar da luz do dia que ainda invade a sala.

Sinto-me exausta, meu corpo está dolorido, minha cabeça está começando a latejar e meu estomago está embrulhado pala bebedeira de ontem. Tudo que mais desejo é passar a noite em casa, assistir a algum filme velho na TV junto com Janis, comer pizza e dormir cedo. A princípio esse era o plano, mas graças ao carro da CEO gostosa, tudo foi por água abaixo, incluindo o dinheiro para pagar as contas que estão amontoadas no chão.

Tinker com certeza não vai mais me dar dinheiro tão cedo. Penso que posso pedir um empréstimo, mas desisto, não quero me prender a ela mais do que já estou presa. O jeito é trabalhar mais e mais horas por dia. Gosto de sair com mulheres, mas devido a situação, talvez volte a aceitar homens e casais, afinal, não estou em situação de escolher trabalho.

Penso em levantar e ir atrás do notebook para arrumar meu anuncio no site, mas desisto, afinal, de nada vai adiantar isso agora, já que não estou com meu celular. Balanço a cabeça em sinal de descrença e acabo esboçando um sorriso, pensando na CEO gostosa que está com a minha fonte de trabalho.

Perguntou-me o que deu em mim para aceitar lhe entregar o celular. Talvez tivesse sido melhor aceitar que ela chamasse a polícia, afinal, o máximo que eles fariam seria apreender meu carro por excesso de multa, irregularidades e ferrugens. Volto a sorrir, sei exatamente porque aceitei sua condição. Para voltar a falar com ela. Caso aceitasse chamar a polícia, tudo teria se resolvido ali e não teríamos mais contato. E não é isso que quero, quero muito contato com ela, contato, atrito, fricção. Quero fazer aquela morena orgulha me ver por cima, quero rende-la, faze-la implorar, quero e vou. É exatamente por esse motivo que ela está com meu celular.

Tiro a almofada de cima do rosto, e em seguida tiro meu celular do bolso, destravo e abro a agenda, meu dedo brinca no ar passando em cima do meu número, que agora é dela. Estou tentada a ligar, posso apostar que ela atenderá muito de mal humor e tentará me despachar já na primeira frase. Sei que não vai ser fácil dobra-la, muito menos arrasta-la para minha cama, mas se tem uma coisa que sempre fui, essa coisa se chama paciente, gosto de vencer pelo cansaço.

Desisto do telefone quando ouço vozes, risadas e a porta de casa sendo aberta. Olho em direção a mesma e por ela vejo entrando Ruby, seguida de Janis e Killian. Pelo que entendo, Ruby e Killian estão de implicância um com o outro, enquanto Janis ri dos dois. Ao me perceber ali, ela sorri. Abro meus braços e ela corre ao meu encontro, se joga em cima de mim, beija meu rosto e me abraça apertado, o que me faz sorrir e retribuir.

– Mami, eu já estava com saudades de você! – Afrouxa os braços do meu corpo e deita a cabeça no vão do meu pescoço.

– Não mais do que eu estava de você. – Minhas mãos vão para seus cabelos, começo a alisa-los. – Como foi seu dia? – Indago.

– Uma chatice! – Solta com o ar, me fazendo rir. – Mami, eu não nasci para esse negócio de aula. – Reclama comigo. – Posso parar de ir? – Todos os dias ela me faz essa mesma pergunta. Beijo o topo de sua cabeça e nego.

– Mas é claro que você não pode parar de ir. – Todos os dias, dou a mesma resposta. – Nós já conversamos sobre isso, Janis. – Ela solta um suspiro frustrado.

– Mas mami, eu tenho coisas muito mais importantes para fazer aqui, não posso ficar perdendo meu tempo com essa coisa chata. – Reclama indignada, o que me faz ter vontade de rir.

Right Here Waiting For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora