It's Time

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Graças a muito estresse, e a fumaça dos cigarros da Srta. Swan, mais o cheiro de carro novo que meu nariz não gostou, tive uma noite de cão. A falta de ar, um dos sintomas da asma, me fez companhia durante toda a noite. Como deixei o broncodilatador em Nova York e com preguiça de levantar e ir até a farmácia mais próxima, decidi conviver com o ar escasso.

Já passava das dez da manhã, quando enfim consegui fechar os olhos e dormir um pouco. O cansaço era tamanho, que quando acordei, já estava atrasada para a reunião com Tinker e com a Srta. Swan, e tal atraso se tornou ainda maior, quando avistei uma farmácia pelo caminho e parei para comprar um broncodilatador.

Como não existe nada de ruim, que não dê um jeito de ficar um pouquinho pior na minha nada doce vida, o "carro" que Tinker me deu, que na verdade também é usado como veículo de guerra nas guerras atuais, não coube na minha vaga de estacionamento, então tive que abandonar meu Hummer H2 laranja fluorescente, no final do estacionamento, distante de todos os outros carros e da entrada dos funcionários.

Não bastasse minha irritação pela noite mal dormida, pela falta de ar, pelo esquecimento do broncodilatador, pelo meu atraso, e pelo tamanho do meu carro de guerra, meu telefone começa a tocar. Ao ver quem é, tenho certeza que a sequência de ligações que acontecerá nos próximos minutos, me deixará um pouco pior. Muito sem vontade, aceito a chamada.

– Alô! – A saúdo de mau humor, enquanto entro no elevador dos funcionários.

– Até que enfim! Pensei que tinha sido abduzida, ou fugido para o deserto. – Sua tentativa de piada me faz revira os olhos.

– O que você quer, Zelena? – Vou direto ao ponto.

– Primeiro, estava querendo saber se você continuava viva, já que há exatos oito dias, você simplesmente sumiu. Não respondeu mais e-mails, telefonemas, mensagens, sinais de fumaça, código Morse. – Seu exagero, de novo me faz revirar os olhos. – Você sabe, não sou muito de me preocupar, mas já estava ficando um pouquinho preocupada. – Se existe algo que não consigo imaginar, esse algo é Zelena preocupada.

– Como você pode concluir, continuo viva, ou seja, você continua tendo que dividir a herança comigo. – Minha resposta a faz rir.

– Não se pode ter tudo, não é mesmo? – Acabo esboçando um sorriso. – Bom, eu perguntaria por onde você andou durante esses dias, mas como sei que você não vai me responder, não vou perder meu tempo. – Gostaria que todas as pessoas fossem assim perspicazes como Zelena, isso me pouparia muito tempo. – Mas como você deve imaginar, mamãe está louca atrás de você e ela vai exigir saber por onde você esteve, então sugiro que já pense em uma desculpa e uma desculpa boa, só assim você vai conseguir faze-la desistir da ideia de ir até aí, fazer uma visita a você. – Inspiro e solto o ar lentamente, pensando na minha nada agradável mãe.

– Zelena, me diga um número. – Peço.

– Como assim um número? Qualquer número? – Está confusa.

– Sim, qualquer número.

– Sete? – Responde incerta.

– Ótimo! Você ganhou. Cora é toda sua. – Ri escandalosamente.

– Você fez mesmo uma piada? – Questiono ainda rindo.

– Entenda como quiser. – Lhe respondo.

– Okay, vou entender como uma piada. – Responde. – Agora vou desligar, estou entrando no cinema. Boa sorte com a mamãe. – Suspiro pensando na "mamãe".

– Obrigada, bom filme. – Me agradece e desliga.

O elevador me deixa no andar do escritório, que está praticamente vazio. Meus passos ecoam pelo corredor vazio, enquanto caminho em direção a sala de reuniões. Antes que consiga guardar meu celular na bolsa, o telefone volta a tocar. Cora, reviro os olhos ao ver que é ela. Penso em ignorar, mas lembro do que Zelena me disse, então resolvo atender, já que tudo que menos quero é a tê-la por perto.

Right Here Waiting For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora