POV REGINA
Você já quis fugir de você mesma? Da sua vida? Das suas lembras? Das coisas erradas que um dia você fez, sem pensar no quanto tal coisa lhe faria mal? Você já quis esquecer? Ter sua memória apagada? Todas as suas memórias, toda a sua vida? Já quis mudar de nome, fugir, começar de novo?
Começar de novo, começar do zero, ser uma outra pessoa, não tem um dia da minha vida em que eu não deseje tal coisa.
"Pobre menina rica". É o que diria a minha mãe. Pobre mesmo, pobre de espirito, de felicidade, de vontade. Vontade de viver, me divertir, aproveitar esses dias na terra.
Eu tenho dinheiro, certo? Então por que estou reclamando? Dizem que dinheiro pode comprar tudo, incluindo felicidade. Talvez compre mesmo, mas não compra perdão. Não compra bem-estar de você, com você mesma. Nem compra passagens para voltar alguns anos no tempo.
O que você fez, está feito, e não existe dinheiro de espécie alguma, que possa desfazer. E as vezes, você consegue aceitar o que fez, e consegue seguir em frente, outras vezes, não. Dizem que o tempo cura tudo, mas quanto será esse tempo? Quantos dias, quantos anos? Porque para mim, não curou absolutamente nada. Seis anos, seis anos é um tempo considerável, não? Deveria doer menos, deveria machucar menos, não deveria? Mas o tempo não tem funcionado para mim, todo dia, é como se fosse aquele mesmo trágico dia. E não importa o que eu faça, não importa quanto eu trabalhe, não importa nada, todos os dias, sempre me sobra um tempo, onde sou tele transportada para aquelas lembranças.
Elas me torturam, me matam aos poucos, fazem eu odiar quem eu sou, odiar minha vida, fazem eu ter vontade de desistir.
– Regina? – A voz de Tinker junto com três batidas na porta do meu quarto, fazem eu me encolher ainda mais e esconder a cabeça debaixo da coberta.
– Vá embora! – Peço e ouço a porta ser aberta.
– Regina? – Chama de novo, então as luzes são acesas.
– Ou vai embora, ou apaga as luzes. – Exijo. Segundos depois, as luzes são apagadas. Ouço passos se aproximando e a cama afundando do meu lado.
– O que aconteceu, para você estar nesse escuro há dias, está de novo tentando se esconder de você? – Sua voz baixa me questiona.
– Não. – Respondo.
– Que bom, porque você pode se esconder do lugar mais escuro do mundo e viver nele para sempre, mesmo assim, você não vai conseguir fugir de você. – Suspiro e tiro a cabeça de debaixo da coberta.
– Eu sei. – Solto com o ar.
– O que aconteceu com você? Foi eu quem sai brava com você na semana passada, então você quem deveria ter ido atrás de mim. Além de não ter feito isso, você se isolou, não atendeu o telefone, não mandou um misero sinal de fumaça. Sua mãe quer saber de você, assim como sua irmã e até o sem expressão do seu noivo. - Me conta. - Cora me acusou de ter feito sua cabeça e enfiado você em uma semana de farra. - Fala com incredulidade. - Me espanto com o fato de ela não conhecer o mínimo possível de você. - Comenta. - Ela disse que se eu não fazer você aparecer até amanhã, ela vem pessoalmente a sua procura. Então é melhor você ligar para ela, e dizer que continua a mesma Regina responsável de sempre. - Me aconselha. - O que aconteceu, Regina? - Volta a indagar ao pegar minha mão.
– Nada. - Minha voz sai falha.
– Desde quando temos segredos uma com a outra? - Sorrio sem humor, pensando que ela não gostaria nada de ouvir uma parte da história.
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Right Here Waiting For You
FanfictionMilionária, solitária, de personalidade forte e com um passado que lhe assombra, Regina Mills, herdeira de uma rede hotéis, vê sua vida mudar ao chegar em Las Vegas e ter seu carro atropelado por Emma, a garota de programa da sua melhor amiga.