Para

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Buenos Aires, Argentina

Sentia que meu coração iria sair pela boca, ele descia aquela faca numa convicção de que iria fazer aquilo de qualquer jeito, me deixava desesperada.

─ PARA! ─ gritei fazendo ele parar. ─ Eu faço o que você quiser, mas pelo amor de Deus, não me machuca...

Supliquei. A cara dele era de satisfeito, lógico. Jorge largou a faca, me mandando ajoelhar mesmo eu estando amarrada. Ele insistiu, logo eu fiz o que ele me mandou e eu obedeci. Ele segurou em meu queixo, me encarando fixamente e deixando um beijo em minha testa.

─ Vai limpar a pia, depois sobe pro quarto e se tentar fugir eu nem mato você, vou te torturar pra ver que não estou brincando.

Ele respondeu por fim, me desamarrando e eu fiquei encarando o mesmo, na intenção de saber se eu obedecia mesmo ou se corria.

Fui até a pia, lavei toda a louça que tinha por lá, arrumei o restante da casa e fiz o que ele mandou, subi para o quarto e o encontrei sem camisa. Confesso que eu queria agarrar ele mas iria me segurar, afinal, tinha que ser durona. Me aproximei da cama, um pouco envergonhada e vi duas calcinhas pelo chão do quarto, já achando aquilo estranho.

─ Calcinhas?

─ É da Maria, quero te apresentar duas das minhas escravas que estão aqui e que são serventes também.

O que?

─ Além de um fugitivo e procurado, você é um cafetão? Ah meu Deus.

─ Calada. Senta na cama.

─ O que quer?

─ Você.

Confesso que gelei.

─ Você tem duas, quer mais uma pra quê?

─ Eu acho bom voce parar de ser atrevida, e só me responder quando EU mandar. Tá claro?

As meninas apareceram, ele me contou sobre elas e elas tinham um olhar cansado, sabia que precisavam de ajuda. Nós descemos e ele ficou no quarto com uma loira, sim, ele havia arrumado outra.

─ Voce parece ser legal... ─ Keth disse.

─ Obrigada... Há quanto tempo que vocês estão aqui?

─ Seis anos. Ele prende mulheres aqui, faz o que ele quer com elas e vai procurar outras depois, você é a mais nova que ele trouxe e nos contou da história, mas parece que ele tinha sentimentos...

─ E quando ele vai liberar vocês?

─ Kkkk, serio? ─ A morena que se chamava Trace riu.

─ O que?

─ Ele não vai soltar ninguém, somos propriedade dele, entendeu?

Merda.

Criminal [EM REVISÃO] || Jortini. Onde histórias criam vida. Descubra agora