O Fim do Universo

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Apesar dessa fagulha de intuição que existia em Fernando, ele não acreditava fielmente, ou não queria acreditar, que a Terra poderia ser extinta a qualquer momento, então, deixou isso passar. O que poderia ser um problema considerando que só ele, neste universo vigente, e como peça fundamental de um quebra-cabeças de acontecimentos, poderia salvar todas as espécies espalhadas por este infinito Universo.

Por mais um milissegundo de sua miserável vida, ele pensou em gritar para o mundo ouvir esta tua teoria maluca, mas provavelmente o internariam em um hospício escondido da sociedade, com um atestado de alto grau de loucura. Então, subitamente desistiu e continuou a observar o céu, alto, longo e escuro, e aquela estrela em particular parecia brilhar mais forte que todas as outras que Fernando vira. Seu brilho era tão intenso que era possível ficar cego por minutos para aqueles que se aventurassem em ficar olhando-a por muito tempo.

E em uma relampejada de luz fez com que todos da Terra parassem e pensassem em uníssono "agora não tem mais jeito", enquanto relembravam sua vida, um a um, Fernando era um deles. O barulho da explosão foi capaz de quebrar a barreira do som e dilacerar a nossa atmosfera. Fernando fechou seus olhos em despedida e...

Nada, simplesmente nada, tudo havia parado, tudo estava calmo novamente. Fernando arriscou abrir um de seus olhos e descobriu que todos estavam parados, congelados no tempo com uma expressão de fim de vida, olhando para o céu, vislumbrando um fenômeno que poucos poderiam apreciar, pois tinham medo e estavam no final da vida, Fernando poderia, mas deixou passar. Uma explosão, um Universo sendo destruído, agora estava congelado. Os gritos, os animais, a explosão, tudo parado. Foi quando Fernando, atordoado, desenvolveu uma teoria em sua cabeça: "Pronto, morri". Mas para sua sorte, ou seu azar, não era bem isso. Percebeu em meio a multidão parada, um homem, aparentemente em sua meia idade, barba por fazer, estatura mediana, e, no rosto, uma expressão anormal de desespero, felicidade e confusão que Fernando não soube distinguir na hora.

O homem se aproximou de Fernando:

-Olá, eu sou Cormet e estou procurando o Fernando

-Eu morri?

-Não, não... Ainda não... Você conhece algum Fernando?

-Bom, meu nome é Fernando...

-Ah bom, vamos, vamos, estamos atrasados.

-Atrasados para o que? – Fernando já cogitava a ideia de que tudo não se passava de um sonho seu.

-Para o fim do Universo...

Fernando soltou uma gargalhada e agora tinha certeza de que tudo não se passava de um sonho.

Cormet ignorou e seguiu seu discurso como se nada tivesse acontecido:

-...Bom, para o fim do seu Universo e começo do meu, mas isso é uma longa história que não precisamos agora, então vamos pular até a parte em que meu Universo também precisa de salvação...-. Percebendo a risada histérica de Fernando, Cormet ficou sem paciência. - ,,,Ora, pare de rir homem, sua família inteira morreu!

Fernando parou subitamente e engoliu seco, não gostava de se sentir sozinho, nem em sonhos, apesar de ser o cara mais solitário que qualquer vizinho poderia dizer.

-Olha senhor eu não sei quem é você, nem que tipo de sonho louco eu estou tendo nesse momento, mas espero acordar logo.

-Pois bem, durma e acorde em meu Universo – Disse o senhor que em um movimento rápido, que ludibriaram os reflexos de Fernando, agarrou seu braço e puxou-o.

Depois disso, Fernando ouviu uma estática, como a de um rádio, só que parecia sair de seu cérebro, entretanto, de repente, silencio total.

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2019 ⏰

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