Suicide I

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TRINTA E OITO:

O outono chegou. Inconveniente e gelado como sempre.

Eu tenho passado pessimamente. Descobrimos que o orfanato em quem Voldemort crescera foi destruído, e em seu lugar, agora há um prédio comercial. A raiva que sinto é imensurável.

Falando em raiva, nunca mais tive noticias de Fred.

Ah, ao menos tenho uma boa notícia: a espada de Griffindor pode destruir Horcruxes.

Mas, obviamente, não a temos no momento.

De qualquer forma, ontem vimos Grampo, Gornope, e Dirk Cresswell. Ficamos escutando sua conversa escondidos, e através dela, tomamos conhecimento do tal Potterwatch, um canal de rádio que é ativado através de uma senha que muda periodicamente.

Voltamos para nossa barraca em silêncio, enquanto Rony, Harry e eu tomávamos aquela sopa asquerosa que eu havia preparado de cogumelos não-venenosos.

Rony estava mais rabugento do que nunca, com o medalhão ao redor do pescoço, reclamava de tudo e todos.

Harry já estava se irritando e começando uma discussão com o ruivo.

Outra discussão.

- Rony, me dê o medalhão. – eu estendi a mão revirando os olhos.

- Cala a boca Hermione, não me enche! – Rony disse grosseiramente voltando a discutir com Harry.

Irritada, me levantei e marchei até o garoto teimoso, arrancando o cordão de seu pescoço.

Voltei a me sentar e enfiei mais uma colherada daquele líquido viscoso na boca.

- Desculpa gente. – Rony disse após alguns minutos de silêncio.

Revirei os olhos, o medalhão ao redor do meu pescoço já fazia efeito e eu começava a ficar com a familiar rabugisse.

- Tudo bem. – eu e Harry dissemos dando de ombros.

Eu enfiei mais sopa na boca, reprimindo assim um impulso de mandar tudo e todos para a Put...

- Hermione, ainda acho que devemos ir a Godric's Hallow. – Harry interrompeu meu pensamente mal educado.

Levantei o meu olhar cansado e foquei no rosto do moreno sujo e descabelado.

- Pode ser. Resolvemos isso depois. – desconversei.

Desistindo de insistir no assunto, Harry deu de ombros e voltou a comer sua sopa em silêncio.

Um silêncio sepulcral se fez. Isto é, teria se feito, já que Rony insistia em cantarolar baixinho uma musiqueta que muito me lembrava a do Mário, daquele joguinho de play station trouxa.

Eu e Harry passamos a encarar o ruivo sem noção, eu particularmente louca para dar uns tapas nele.

Rony levantou o olhar e viu que Harry e eu o encarávamos.

- O que? – ele disse começando a ficar vermelho.

- Rony, você sabe ser inconveniente! – Harry disse revirando os olhos.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti meu bolso esquentar, e tirei dali a moeda de ouro, a qual eu sempre trazia comigo.

"FRED ESTÁ MORRENDO, POR MERLIN, VENHA PARA A BIBLIOTECA! - D.M."

Estas poucas palavras me fizeram derrubar toda a sopa em cima de mim e quase desmaiar. Toda a raiva mortal que eu guardava pelo ruivo simplesmente se transformou em desespero.

Escolhas | Fred & HermioneOnde histórias criam vida. Descubra agora