Reversão do yin-yang

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"O tempo é o dono das revelações." - Provérbio chinês


Na cidade fantasma dentro do caído Império Sino-Coreano, em uma casa abandonada, os gemidos de Jin ecoam desimpedidos. Está aflito, com o rosto colado nos lençóis e arrastando as mãos em forma de garra para extravasar a raiva que sente pelo irmão naquele momento.

– Para com isso e me come de uma vez – choraminga.

Sin deixa de penetrá-lo com a língua para visualizar a ansiosa entrada babada entre as nádegas manchadas de vermelho pecaminoso, assim como o fervente corpo abaixo.

– Sempre gostou das minhas carícias, agora reclama? – fala, calmo.

– Estamos a tarde toda nesses joguinhos. Já escureceu, então, me fode até o amanhecer – ele suplica, ofegante.

– Está passando muito tempo com esses humanos, onde está sua classe divina? – afasta-se para admirar a posição empinada do outro. Totalmente vulnerável, do jeito que gosta.

– Só para de falar e mete em mim – pisca a cavidade ainda mais.

– Nah~ Vamos deixar para outro dia – e se joga na cama, pondo-se de costas para o outro.

– O quê? – indaga soprado de tamanha incredulidade.

O Deus das Trevas ri sem emitir som. Adora provocar Jin, mas ultimamente tem passado um pouco dos limites para sair da rotina e provar um ponto seu.

– Está tão duro quanto eu, não pode ignorar isso! – exalta-se o mais velho.

– Vou ficar bem – faz pouco caso.

– Seu desgraçado, vai me deixar na mão?

Sem obter resposta, Jin vira-se contra o loiro, bufando. Amaldiçoa-o, massageando o pênis frustrado, enquanto o outro controla sua risada. Acostumaram-se tanto com práticas sexuais a todo momento que, quando não as fazem, é uma tortura. Sin aguenta mais que o irmão por ser uma serpente traiçoeira, pois sente prazer em o ver implorar por mais contato. O deus da sexualidade sentiria inveja dos dois por serem mais ativos que ele, isto, é claro, se soubesse de todas as aventuras que já embarcaram.

Hoje era para ser um sexo tranquilo, mas o dono da pele dourada decidiu tentar algo que o tem intrigado a séculos.

Volta-se para o gêmeo. Suas costas pálidas estão marcadas e brilhavam de suor, só isso balança seu membro. Passa o braço por baixo dele, circulando sua cintura e impedindo que continue a masturbação, agarrando o pulso nervoso.

– Você está muito apressadinho – beija a nuca molhada. – Se tanto me quer, então me terá.

Ergue a coxa farta. Jin infla os pulmões em expectativa quando sente a tão esperada glande do mais novo o invadindo, porém está lenta demais.

– Entra logo, caralho – se remexeu, mas foi impedido pelas mãos firmes de Sin prendendo seu quadril.

– Não, vai ser no meu jeito – sussurra em seu ouvido, penetrando ainda mais devagar.

O moreno o xinga, socando o colchão. Ele adora a agressividade do irmão consigo e, justamente por isso, o outro fará tudo com a maior gentileza e paciência.

Quando afunda totalmente, roça propositalmente no ponto sensível, sentindo o corpo esguio estremecer. Conhece o corpo de Jin tão bem que sabe o que fazer, como fazer e quando fazer para satisfazê-lo ou irritá-lo.

Retira-se por completo na mesma velocidade que entrou e recebe palavras de ódio.

– Calma, já estou voltando – e adentra no mesmo ritmo.

O pecado do ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora