Querido diario parte 01

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Eu já fui feliz, uma criança que sorria, dava gargalhadas, mas isso logo apagou, ou melhor apagaram de mim.

Cresci em uma família de pessoas pobre, não éramos ricos mas vivíamos financeiramente bem, minha mãe trabalhava em uma creche como auxiliar de serviços gerais, e meu pai era padeiro.

Tenho 3 irmãos Karina, Kátia e Márcio, eu sou a filha caçula, minha mãe Laís sofria pois meu irmão Márcio havia desaparecido, Kátia saiu de casa ainda adolescente pra viver uma vida de liberdade.

Meu pai era alcoólatra, embora não ser violento ele gastava a maior parte de seu salário com mulheres de rua, e minha mãe era responsável pelo sustento de todos.

Ainda pequena eu era carinhosa demais, vivia abraçando minha mãe e dizendo que a amava, fazia cartinhas dizendo que ela era a melhor mãe do mundo, dava beijinhos em seu rosto.

Era o dia das mães, eu alegre peguei umas flores no quintal de casa, corri para seu quarto entregar as flores, foi ai que tudo começou.

Minha mãe tava deitada, eu balancei ela e entreguei as flores, ela levanta e da um tapa em meu rosto fazendo eu cair no chão, mas que me marcou foi suas palavras.

- Te odeio, você é uma praga em minha vida, quando me abraça e me dá beijos em meu rosto isso me dá nojo, suas cartas não serve nem pra papel higiênico, pegue estas flores e dá pro capeta desgraça da minha vida.

Meus olhos encheram de lágrimas, na época tinha 6 anos de idade, isso doeu mais que o tapa que ela me deu. Ela volta a deitar, eu corri pro quintal chorando muito.

Meu pai não ligava, nunca dava sua opinião, tudo que ele queria era a maldita bebida, minha irmã sorria ao ver o desprezo que minha mãe  tinha por mim.

Um dia eu sai do quintal, queria brincar com as crianças que ficava na frente de casa, minha mãe vendo isso ela me pôs pra dentro de casa, me bateu muito com fio de luz, proibindo de brincar com qualquer criança.

-  Bicho do mato fica preso em casa, se sair novamente do quintal vou te bater até você morrer peste.

Não sabia porque de tudo isso, então fiz que ela mandou, não saindo do quintal. Sentada no portão eu via as crianças brincando feliz, e comigo uma boneca velha que eu abraçava enquanto enchugava as minhas lágrimas.

 Sentada no portão eu via as crianças brincando feliz, e comigo uma boneca velha que eu abraçava enquanto enchugava as minhas lágrimas

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