Querido Diário parte 10

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Cada vez me afundava em minha tristeza, carregava um peso na alma, um peso que estava difícil controlar, sair na rua com um maldito sorriso sendo que por dentro eu estava destruída, meu emprego de garçonete? Fui despedida por não aceitar a dormir com meu chefe, agora sem emprego como pagaria meu aluguel? 

Fui a uma igreja, pensei talvez se eu ir Deus lembre de mim, conversei com um pastor, falei do meu sofrimento, que me sentia abandonada por Deus, ele me disse que tem pessoas que são marcadas pelo diabo, então Deus faz elas sofrer para estas almas amaldiçoadas retornar ao inferno, não aguentei e me levantei na mesma hora e fui embora.

Era isso...eu resolvi por um fim em minha vida, do que adianta viver? No dia seguinte fui no posto de saúde pegar uma receita do remédio Clonazepam, compro o remédio, estava tudo planejado, com uma garrafa de vinho tomo as duas caixas de remédio, sai de casa em direção a ponte, pretendia me jogar de lá.

Logo começo a sentir o efeito, minha visão ficou turva, meu corpo pesar, estava tonta, mas eu queria chegar na ponte, mas começo a passar mal, já não estava vendo mais nada, cai no chão, escuto uma voz conhecida dizendo:

- Bêbada drogada.

Minha mente começa a delirar, eu conhecia aquela voz, me esforço para lembrar de quem era, era da minha mãe, sinto que estou apagando, escuto várias pessoas falar, mas eu não entendia nada, a paz que sentia era boa, o sono me leva aos poucos, as vozes se distancia....

Acordo em um quarto de hospital, os médicos disseram que eu havia entrado em coma por um mês, começo a chorar, eu sou um lixo, nem me matar eu conseguia, era um fracasso em todos os sentidos.

A minha mãe vinha me visitar todos os dias em que estava em coma, assim os médicos disseram, quando me viu acordada ela me abraça, e fala:

- Filha vamos pra casa, eu te amo, palavras que sempre quis ouvir.

Ainda fraca mas eu estava feliz, a minha mãe havia mudado seu jeito de me tratar, estava doce e boazinha, por um tempo achei normal, mas depois pensei...porquê ela tá me tratando tão bem assim? Eu sabia que tinha alguma coisa estranha nisso.

Um mês depois eu já estava bem, recuperada, agora era só arrumar um emprego, era um domingo quando meus irmãos foi na casa da minha mãe, ficaram um bom tempo conversando com ela no portão e depois foram embora, a minha mãe mudou, estava séria demais.

De noite enquanto jantávamos ela disse que meus irmãos não iria ver ela mais enquanto eu morar lá, que ela não queria perder o amor de seus filhos por minha causa, me levanto e disse:

- Eu também sou sua filha, porquê eles me odeia tanto, nunca fiz mal a ninguém.

Ela me olha e diz com um sorriso que todos me odiava por ter nascido, por meu pai ter me assumido e os deles? Nem ela sabia quem era, que todos me odiava por eu estar viva, que o ódio deles não precisava ter um motivo, apenas represento um capacho para todos limpar seus pés, ela queria que eu fosse embora.

Começo a rir como uma louca, olho para ela e falo:

- Chega, basta, me odeiam gratuitamente, então agora darei motivo para me odiar ainda mais.

Diário de uma depressiva Onde histórias criam vida. Descubra agora