A floresta morta
Momentos antes da fuga
Tudo estava nebuloso e difícil de compreender, o terror tomava conta dos dois únicos corpos dentro daquele quarto e a sensação de medo e impotência pairavam entre nossas cabeças. Estávamos apenas alguns centímetros dos nossos possíveis futuros assassinos mas sem força nenhuna para sair de onde estávamos e tentar algum ataque furtivo na intensão de ao menos derruba-los ou quem sabe deixar eles sem algumas partes do corpo, isso tornaria um pouco mais difícil a tarefa de nos matar.Olho rápido para Ash e percebo que ela também compartilhava da sensação de sufoco que sentia naquele momento. Minha cabeça doía e a sala inteira parecia girar ao meu redor. Estava certo de que poderia cair à qualquer momento.
Permanecemos em nossas posições até ouvirmos os passos lentos e pesados dos dois criminosos se distanciarem aos poucos do corredor.
— Acho que agora podemos sair.— Ash diz enquanto tenta olhar através da pequena brecha que a porta nos dava.— É, tá livre.
Consigo me mover e segui Ash sorrateiramente pelo corredor, porém ainda com a sensação de perseguição e falta de segurança. Já havia feito inúmeros desastres não intencionais e me metido em toda situação que você é capaz de imaginar, já briguei em tantos lugares que seria difícil dizer um único em que eu estive 100% bem ou tranquilo, porém essa era a primeira vez em que era ameaçado de fato por pessoas fortes e influentes no lugar em que estava, era a primeira vez que me sentia preso em um matadouro, pronto a ir ao abate.
— Então é isso, vamos morrer.— Digo sem muita alegria.
— Não, não vamos. Vamos conseguir sair desse lugar antes que a coisa fique feia.— Ashley tentava ser otimista, manter a expressão tranquila e centrada de sempre, mas parecia não funcionar tanto no momento.— Agora vá ao refeitório e finja ser um garoto normal. Não arrume briga e por favor...mantenha seus punhos longe do rosto do Frank. Não podemos correr o risco de você ser preso junto a Thomas, estaríamos só facilitando a eles.
— Não, não vou ficar no refeitório. Não podemos perder tempo atuando como anjinhos. Eu preciso exatamente do contrário.— Tudo parecia estar se alinhando em minha mente e dessa vez eu não iria ficar parado, não daria tempo a eles para pensarem, precisava executar o plano da maneira mais rápida possivel.
— Do que você está falando?
— Preciso de uma distração, Ashley. Preciso que você distraia a atenção dos guardas para que eu consiga ir até a floresta e preparar nossa rota de fuga. Meu dia de intervalo foi ontem, não conseguirei sair a não ser que o guardas estejam ocupados.
— Deixa comigo.— Um sorriso torto surgia em seus lábios como se isso fosse tudo o que ela queria no momento e eu tinha quase certeza do que aconteceria dali para frente. — Só me dê o sinal quando estiver pronto.
Saímos em direção ao refeitório e nos distanciamos para que não surgissem nenhuma suspeita, estaríamos agindo como sempre, mais um dia normal em que eu não conheço e nem falo com Ashley, um dia incrivelmente normal. Pego minha bandeja e procuro o melhor lugar para me sentar, o lugar mais próximo possível dá saída. Espero até o momento certo enquanto finjo está beliscando a criatura em meu prato, olho vez ou outra para Ashley na fila para me certificar de que ela está atenta. Vejo de relance dois guardas se aproximando e então noto que há mais dois na saída, seria um pouco complicado sair daquele lugar sem ser notado. Aguardo os dois se aproximarem mais de Ashley então sussuro:
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Os Artefatos Elementares - A iniciação
AventuraJackson Whitlock vivia uma vida bastante conturbada e poucas vezes consegue se lembrar de alguma lembrança feliz em sua existência desastrosa. Após a morte de seus pais em um terrível incêndio ele passa a viver em lares adotivos (na qual é expulso d...