Capítulo 4

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Eiji se encontrava de voltava em Nova York, tudo estava igual há dois meses atrás. As ruas estavam abarrotas de pessoas e carros, Eiji respirou fundo tentando entender o que estava se passando e sua mente estava dizendo apenas uma coisa “Ash”.

Eiji se viu correndo por entre as pessoas a caminho da biblioteca o seu corpo não obedecia a sua voz racional gritava “ele não está mais lá”, mas era em vão antes de sequer pensar racionalmente ele estava na entrada da grande biblioteca e tudo parecia normal, as pessoas, os livros e as prateleiras estavam todas iguais a ultima vez em que ele e Ash estiveram ali.

Ele foi até a mesa onde Ash sempre sentava, podia lembrar detalhadamente dele sentado naquela cadeira concentrado em algo, com seus óculos na ponta do nariz fino e os fios dourados escapando para o seu rosto, ele passou a mão na mesa e sentiu uma pontada no peito.

- Ash... – Disse baixinho.

Eiji sentiu sua voz falhar e correu para fora da biblioteca, como se ficasse ali fosse algo toxico, ele continuou correndo sem se importar em qual direção estava indo. Ele só queria correr pra bem longe dali porque o peso que estava esmagando seu coração era tamanho e ele não podia mais aguentar, quando ele parou de correr já estava suado e com o peito arfando de cansaço colocou as duas mão nos joelhos e tentou acalmar a respiração, quando ele levantou o olhar se viu diante de um cemitério enorme, ele olhou para um lado e para o outro da calçada, não tinha ninguém.

Ele ouviu algo farfalhar dentro dos portões do cemitério e sem pensar entrou.
Lá dentro era tudo muito mórbido, como era de se esperar, Eiji pensou em dar meia volta e ir embora, mas sua cabeça dizia para prosseguir e ir para o centro do cemitério, ele passou olhando as covas de algumas pessoas e não conseguia entender o que viera fazer ali, era como se uma força maior estivesse puxando-o contra sua vontade e antes de perceber ele estava parado, diante de uma cova recém-colocada ali. O mármore ainda estava branco e nele se lia:

“Aslan Jade Callenreese”

Querido e amado por todos os seus amigos e companheiros.

Descanse em paz Ash Lynx.

Eiji arregalou os olhos e caiu de joelhos, ele não podia acreditar no que estava vendo coçou os olhos como se pudesse desver o que estava na sua frente. Ele levantou a cabeça devagar e mirou à cova em que Ash estava enterrado, o pequeno fio de esperança que ele vinha alimentando partiu-se naquele momento e Eiji se viu coberto de uma dor que ia além de tudo o que já sentiu, doeu mais do que o dia em que soube da morte de Ash.
Chorando em silêncio, Eiji deixou as lágrimas inundarem sua face, ele pegou sua bolsa que até o momento não havia percebido que estava ali e tirou uma foto de dentro, nela Ash estava sentado de perfil com os olhos fechados, seu queixo estava pousado sobre sua mão que era sustentada por a perna erguida, seus cabelos dourados estavam brilhando em contraste da sua camisa branca. Eiji guardará aquela foto como um tesouro era uma das que ele mais gostava, pois tinha tirado sem Ash perceber.

E agora ele estava ali na frente de uma lapide com o nome da pessoa que ele mais amava no mundo, ele chegou mais perto e tocou nas letras esculpidas em itálico.

- Se você me ama por que você me deixou Ash? – Eiji perguntou olhando para o céu. – Eu te amo... Mas você me deixou...

- Eiji. Eu não deixei você.

Eiji ouviu alguém chama-lo, mas não tinha forças para virar. Ele reconheceu a voz, mas não virou
para ver quem era ele continuou olhando para o tumulo de Ash.

- Eu não consigo entender...

Sua voz saiu embargada e rouca, resultado dos dias em que passou chorando e gritando pelo nome de Ash.

- Vire-se para mim Eiji.

Eiji fez o que a voz atrás de si mandou, mas sem levantar os olhos ele mirou o sapato vermelho e arregalou os olhos.

- Isso é algum tipo de brincadeira?

- Olhe para mim.

- N-não consigo.

- Olhe.

Eiji levantou a cabeça e ficou ali apenas encarando a cabeça loira da pessoa que mais amava no mundo, ele estava com a camisa branca habitual, calças jeans surradas e com seus tênis vermelhos. Eiji levantou devagar e meio cambaleante, ver Ash ali na sua frente o deixou desconcertado.

Já estava começando a escurecer e o sol começava a se esconder bem devagar por entre as árvores. Eiji estendeu a mão, mas parou no meio do caminho como se estivesse com medo de toca-lo, Ash que estava parado estendeu os braços para frente e puxou-o para junto de si e pela primeira vez em semanas Eiji pôde respirar direito.
No começo Eiji não se mexeu apenas ficou parado com os braços caídos junto ao corpo que começava a tremer e soluçar e então ele enterrou o rosto no peito de Ash e o abraçou com força.

- Você está aqui de verdade...

Eiji saiu de seu abraço e o encarou com os olhos brilhando em lagrimas.

- Por que não estaria? – Respondeu Ash com o sorriso presunçoso habitual que sempre estava no seu rosto.

- Ash você... Não morreu?

- Eu estou aqui na sua frente não estou?

- Mas o nome naquela cova... - Eiji apontou para trás. – Era o seu.

Ash o olhou confuso e perguntou.

- Que cova?

Eiji virou-se e um forte vento passou bagunçando seus cabelos e obstruindo sua visão, ele tirou rapidamente a franja do seu rosto e arregalou os olhos ao ver a que a paisagem atrás de si tinha mudado.

- Onde estamos?

- Nova York.

Olhando ao redor Eiji constatou que era um dos lugares em que eles sempre passavam, devia ser bem perto do bairro onde a gangue de Ash ficava. O lugar era grande e eles estavam perto de uma grade, a cidade estava pronta para adormecer o sol escapava por entre os prédios e a luz se concentrava exatamente onde eles estavam Eiji voltou-se para Ash que contemplava o pôr do sol.

- Ash eu estou muito feliz por ter te reencontrado.

Ele sorriu e pegou as mãos de Ash juntando com as suas.

- Como assim? – Disse Ash confuso.

- Eu voltei do Japão pra te procurar.

- Serio?

Confuso Eiji soltou as mãos do loiro.

- Como você me encontrou? – Perguntou Eiji se afastando. Ash ficou em silêncio e voltou a se virar para o por do sol.

- Responda.

O silêncio continuava e Eiji ficou ao lado de Ash, contemplando a vista que estava a sua frente.

- Eu não entendo o que está acontecendo aqui e parece que você não me dirá por mais que eu pergunte, mas eu sei que tem algo errado e por mim tudo bem contanto que você esteja aqui comigo.

- Como você se sente? – Ash perguntou baixinho.

- O que você quer dizer com isso?

- Como você se sente agora?

- Não sei ver você assim na minha frente é como um sonho.

- Então acorde!

- O quê?

Uma luz forte apareceu cegando Eiji, ele sentiu seu corpo arrepiar, quando olhou para o lado começou a se desesperar, Ash estava sumindo devagar junto com uma luz forte.

- Ash... Você vai me deixar de novo?

Eiji estendeu a mão para Ash e o loiro fez o mesmo.

- Eiji acorde!

- Ash... – Ash sumiu por completo em meio a luz forte.

- É apenas um sonho...

Se você me ama, por que me deixou? - Banana Fish - Final Alternativo.Onde histórias criam vida. Descubra agora