Estalinhos

Cercado

De manhã cedinho, quando ainda estava escuro, Bakugou se encontrava na cozinha e preparava um café. Mas estava com uma sensação muito esquisita...

Ele se sentia observado.

Pegou seu celular e chefou as horas. Faltava 20 pra 4am. Dava tempo de fazer um ou dois omeletes antes da bolachuda aparecer. Se era pra treinarem no frio, até ele tinha que admitir que não dava pra ignorar essa refeição.

Tinha acabado de preparar o primeiro, quando a sensação piorou. Ele se virou para a porta da cozinha, pronto pra ralhar, quando Todoroki abriu a porta e o encarou surpreso.

"Ah." soltaram os dois. E não disseram mais nada.

Ao invés de sair e esperá-lo terminar de usar a cafeteira, ou a frigideira- ou o que fosse-, como um ser humano normal, O meio-a-meio apenas ficou ali na entrada, parado. Ele pelo menos teve a descencia de pegar uns amendoins, ao invés de fingir ser um completo manequim.

Bakugou terminou de preparar o segundo omelete e checou o relógio. Ochako deveria aparecer a qualquer momento. Um saco de amendoim aberto apareceu em seu campo de visão.

"Valeu." e ele pegou alguns pra comer, percebendo o que fazia só depois de já ter englido os aperitivos.

Merda! Me distraí pensando na Ochako e aceitei esse negócio. Devagar, ele olha de relance pro estranho colega.

Todoroki fitava o omelete com a mais inexpressiva expressão de interesse.

Não. Nem ferrando! Não sou obrigado!

Então, sem dizer nada, o meio-a-meio se vira pra sair.

Tch.

"Oi." Bakugou chama. Assim que o rapaz se vira, ele empurra o prato com um dos omeletes pela bancada, deixando-o deslizar na direção "Agora cai fora."

Pode me agradecer... o loiro pensou consigo. Só não se acostu-.

"Você é esquisito." ele diz aainda sem expressão.

"O QUÊ?!"

NÃO ACEITO OUVIR ISSO DE VOCÊ!

"Obrigado." Todoroki diz, antes de pegar seu prato e sair.

"Eu, hein... moleque ingrato."

Finalmente a sós, ele volta a se concentrar na comida. Ochako ainda não havia chegado, então ainda dava pra preparar mais um...

Quando deu cinco pras 4am, começou a se decidir se deixaria o omelete ali, se o levaria pro campo e a encontraia lá e comeria os dois na frente dela de raiva... ou se só esperaria ela aparecer mesmo. E a sensação estranha continuava.

À princípio,pensou vir do quente-frio... Mas ele já havia saído pra treinar havia uns minutos e Bakugou continuava sentindo-se observado.

Talvez...

Ochako estivesse querendo lhe pregar uma peça...

Como se ouvisse seus pensamnetos, a morena surge no refeitório, acenando pra ele com uns papéis e alguma outra coisa em mãos.

"Desculpa a demora!" ele olha o relógio... 4am em ponto. Grande garota. "Eu fui preencher o formulário com Aizawa-sensei e Ragdoll"

"Tem isso agora?"

Ochako fez que sim, mas imediatamente parou de explicar pra comer o omelete. O que lhe custou um único segundo...

"Hmm!!" ela gesticulava com as bochechas cheias, apontando pro seu pulso. Bakugou o estendeu e ela tratou de prender um bracelete preto com a imagem de uma patinha gravada no material. "Todos os alunos que foram treinar têm que preencher o documento com local, tempo de treino e essas coisas..."