Louis acordou em um quarto de hospital, sua visão demorando para se acostumar com a claridade do local, o cheiro de álcool e o lugar desinfetado causou um leve enjôo em seu corpo. Não se lembrava de quanto tempo estava naquela cama, estava coberto por uma camada fina de lençol branco; desde quando estava ali? E por que não estava na ilha? Tudo havia sido um sonho? E o que mais trazia um incômodo em seu peito era a falta que Harry fazia.
Olhou para o lado e viu um soro conectado a sua veia, seu braço onde tinha a picada agora estava coberto por um curativo, impossibilitando que visse abaixo dele. A dor e inchaço em seus dedos tinham sumido, estava bem melhor, somente um pouco grogue por acordar tão repentinamente.
Seu corpo travou ao ser chamado do outro lado, se virou para o lado e viu um homem de meia idade com o jaleco branco. Um sorriso apareceu em seus lábios e os olhos azuis do mais velho brilharam ao ver Louis acordado.
— Bom dia, senhor Tomlinson. Como se sente? — O velho doutor perguntou, Louis parou para examinar suas feições, o rosto fino e as bochechas roliças do doutor o deixavam com uma aparência gentil, diferente de todos os médicos que Louis havia se consultado na maior parte de sua vida, esse sim o deixava confortável.
— Me sinto meio... — Louis pausou, seus olhos vagando pelo quarto novamente e percebendo que era um começo de tarde. — Grogue. Eu não estou mais na ilha, como cheguei aqui?
— Acho que a confusão foi porque o senhor chegou aqui desmaiado, em condições não tão boas. Parece que o senhor foi picado por um escorpião, a falta de cuidados médicos e uma boa alimentação fez com que o veneno agisse mais rápido e consequentemente sua pressão caísse até o seu desmaio. Aplicamos o antiveneno no senhor e colocamos uma dose de soro, esperamos que se estabilizasse para que pudesse acordar. — O doutor checou a dose de soro de Louis, diminuindo um pouco.
— Então eu cheguei quando? Harry está aqui? — A pergunta que rondava sua mente precisava ser respondida, estava tão confuso que nem percebeu que estava de volta a sociedade. Aquilo que tanto queria.
— Chegou na noite passada, o senhor Styles está descansando agora, deixamos ele de repouso. — Louis sorriu, um alívio percorrendo seu corpo ao saber que Harry estava bem. — Logo o horário de refeição chega, só quero examinar sua picada e já posso ir.
Louis assentiu, o doutor se aproximou do curativo de seu braço e o puxou para baixo, olhando por baixo desse, Louis percebeu que tudo estava bem quando o doutor confirmou com a cabeça e se afastou.
— Tudo bem, como eu pensava. Você teve sorte, senhor Tomlinson. Ficaram a procura de vocês por um bom tempo, estavam quase cancelando as buscas. — O médico examinou as feições de Louis, que sentiu um alívio ao saber que realmente estavam a procura deles em todo esse tempo.
— Realmente, nós temos sorte. — O doutor sorriu para Tomlinson e assim se despediu, saindo do quarto e fechando a porta. Louis olhou ao redor, uma certa paz o tomou ao perceber que finalmente estava a salvo.
Uma tv a frente de sua cama estava ligada, um desenho antigo passava enquanto o rapaz assistia, seu estômago roncando pela fome. Após uns minutos uma enfermeira adentrou o quarto com uma bandeja em mãos, a jovem moça entregou tudo em silêncio e depois se retirou do local. Louis olhou a refeição em sua frente, nunca em toda a sua vida pensou que iria amar comida de hospital como aconteceu com aquela, devorou rapidamente a sopa, comeu suas bolachas e bebeu o suco aguado em seguida, por mais que o gosto não fosse dos melhores, e a falta de sal estava evidente naquela sopa, Louis havia adorado.
Sua primeira refeição desde que tinha voltado.
O tempo passou tão lentamente que Louis nem viu, uma nova enfermeira havia passado em seu quarto para avisar que o horário de visita estava aberta e logo sua mãe apareceu pela porta. Uma expressão preocupada em seu rosto.
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Immersion
RomansaLouis Tomlinson sempre esperou o pior da vida; perder seu emprego, ser dispensado antes mesmo de seu casamento acontecer e ter que ir a um cruzeiro de lua de mel para casais sozinho era o limite de quão ferrado ele poderia estar. Tudo era estúpido...