Capítulo 12

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Harry estica sua mão para enlaçar seus dedos aos de Louis, eles estavam um bom tempo ali deitados, no meio da caverna fria e espaçosa, que agora bem mais parecia um lar do que qualquer outro que já tiveram. Os dedos de Harry deslizam contra a palma da mão de Louis, sua atenção está vidrada em todo o azul mergulhado nos olhos de Louis. Nem a imensidão do mar podia se comparar ao azulado de seus olhos. Ele sorri, não podia imaginar que encontraria a felicidade ali, perdido no meio do nada.

Louis resmunga e fecha os olhos, seu rosto forma um pequeno bico.

— Não me olhe assim! — Ele diz, ainda de olhos fechados, seus dedos apertam os de Harry os mantendo juntos.

— Assim como? — Harry retruca, sabendo bem do que o outro estava falando.

— Como se eu fosse algo único.

— Mas você é.

— Não, eu não sou. — Louis abre seus olhos e agora seu rosto carrega algo que Harry não consegue identificar, talvez seja dor ou uma angústia que ele ainda não conhece. — Você só diz isso porque só tem eu aqui. — Ele prossegue, seus olhos agora desviando para um ponto longe do rosto de Harry.

— Tenho certeza absoluta de que não é por isso.

— Como sabe? — Louis engole seco, voltando a fitar as orbes esverdeadas de Harry.

— Eu senti isso desde a primeira vez que te vi. Lá no navio, você estava sozinho e eu me senti tão próximo de você. — Os dedos soltam os de Louis e vão até o queixo do rapaz. — Nós dois estávamos sozinhos, no meio de todo aquele amor.

— Como sabe que eu estava sozinho? — Louis franze as sobrancelhas em confusão.

— Acho que senti... Você estava muito cabisbaixo. Mas isso não importa, eu senti que era você desde que te olhei nos olhos.

— Sentiu o que?

Harry não queria dizer a palavra amor, ele sabia que estava sendo precipitado a dizer a famosa palavra, mas ele sabia. Crescendo dentro de seu peito, uma pequena semente que se mantinha ali aos poucos, se alimentando do olhar terno e dos gestos gentis de Louis. E ele vai florescer, Harry sabe, o amor deles vai ser o melhor jardim. Mas ele não quer assustar Louis, então ele somente pigarreia e dá de ombros.

— Sinto que você é diferente, você vale a pena. — Louis sorri tão amplo que os olhos dele se fecham, formando algumas ruguinhas ao redor desses. Harry não se contém e leva os lábios até as pálpebras fechadas do outro, deixando um leve selar no local.  — Preciso te levar a um lugar hoje quando estiver prestes a anoitecer.

Louis somente assente, ele havia se acostumado com a presença de Harry, após sua volta os dois se tornaram algo único, Louis não sabia definir em palavras ainda o que sentia, mas gostava da sensação de ter Harry por perto. O tornozelo dele já havia se curado, durante os dias o ajudava com as atividades e fazia de tudo para que Harry não fizesse esforço.

Harry se sentia tão íntimo de Louis que agora compartilha seus segredos e seus medos, confiava em Louis de uma forma que não imaginava que iria com alguém. Tudo era diferente com ele.

Ele havia convidado Louis para ir a um lugar que tinha visto quando estava perdido, Louis meio relutante e incerto com a ideia de se perderem, aceitou. Estava ansioso de certa forma em ter o encontro com Harry. Não era nada sofisticado e nem muito comum, mas ambos iam aproveitar da presença um do outro como estavam fazendo durante os dias.

Agora estavam na cachoeira se banhando, Harry fazia o formato de concha com sua mão e molhava os fios de cabelo de Louis, penteando esses com seus dedos, o outro esfregava sua mão livre nas costas de Louis em uma massagem suave. Louis não sabia bem o que acontecia ali, nem sabia definir todos os sentimentos confusos que tinha pelo encaracolado, mas adorava a forma que ele lhe e tratava, as carícias que trocavam e as doces palavras que dizia. Tudo parecia bom demais para ser verdade.

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