Capítulo 1 "Bem-vinda ao inferno"

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"Eu tenho tentado muito não entrar em problemasmas eu tenho uma guerra em minha mente"

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"Eu tenho tentado muito não entrar em problemas
mas eu tenho uma guerra em minha mente".
RIDE| LANA DEL REY
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Está tudo acabado pra mim.

É o que repito incansavelmente na minha própria mente conforme observo a estrutura cinzenta a minha frente. É um prédio grande e sem vida, o monstro sem coração que se encarregará de engolir toda a minha liberdade pelos próximos meses, como assim foi determinado pelo juiz.

Mexa-se, menina. A entrada ainda está longe O policial ordena atrás de mim. Sua mão esquerda permanece em minhas costas desde o minuto em que saímos da viatura, acredito que para me lembrar de quem está no comando.

Encaro os meus pulsos firmemente contidos por grossas algemas de ferro. Uma espessa linha vermelha agride a minha pele clara, denunciando todo o trajeto longo que tive de realizar com aquelas porcarias apertando meu punho. A dor é irritante, mas suportável. Não é como se eu já não estivesse habituada a elas, de qualquer maneira.

Será que já não está na hora de você tirar essa merda daqui Eu ergo as mãos para o homem atrás de mim, o encarando com desprezo pelo canto dos olhos.

Ele me empurra rudemente e rosna: Cala a maldita boca e anda logo.

Solto o ar pesado pelas narinas e obrigo meus pés a se movimentarem pelos degraus largos daquela interminável escadaria, ignorando a dor em meu corpo e os fios de cabelo grudados em minha testa. Eu gostaria de poder afastá-los e limpar o suor do rosto, mas as algemas estão apertadas demais até pra isso.

Com um movimento rápido de cabeça, olho em direção ao segundo policial parado em frente à viatura estacionada na fachada do prédio. Suas mãos seguram firmemente uma pistola em frente ao corpo e os dedos continuam posicionados no gatilho, prontos para qualquer oportunidade que surgir.

Respiro fundo, concluindo que não há qualquer chance de fugir sem levar um tiro no meio da testa, e volto a observar com amargura a placa enferrujada emoldurada na parte mais alta do edifício a minha frente. Leio as letras em voz alta.

Instituto sócio educativo Dozier School.

O maior reformatório para delinquentes juvenis.

Engulo o seco na garganta e continuo caminhando em direção ao topo da escadaria até finalmente encontrar a entrada. Uma mulher robusta está parada em frente à porta. Suas mãos estão escondidas atrás das costas e seus cabelos amassados por um coque grosso. Pelo olhar severo em minha direção, só pode estar a minha espera.

Está atrasado, rapaz Ela gesticula para o homem atrás de mim, desviando seus olhos bizarros dos meus por apenas um minuto.

Essa aqui deu um pouco mais de trabalho O policial me empurra para a borda da escada, me fazendo tropeçar em um dos degraus Precisei de quatro homens para mantê-la quieta, e mais dois para empurrá-la dentro da viatura Ele argumenta, encarando com desprezo o meu rosto sujo e pálido Não se engane com essa sua aparência inocente e os olhos doces, ela é uma maldita capetinha.

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