Jareth sentia uma forte dor em sua cabeça e na parte posterior de sua nuca. Sentia algo quente escorrer ali, podia ouvir sua pulsação em seus ouvidos, seu coração encontrava-se demasiadamente acelerado. Lenta e hesitantemente passou a mão esquerda em sua nuca sentindo o calor e a viscosidade de seu sangue. Suspirou pesadamente e ao ver a figura de Aurora estirada sobre o chão empoeirado, negou sua dor e correu para ela.
Ajoelhando-se ao seu lado, notara sutis mudanças em sua aparência, alguns poucos fios de seu longo cabelo cor-de-café encontravam-se em uma curiosa coloração prateada como fragmentos de luz lunar. A pele pálida adquirira um tom semelhante ao de uma peça de porcelana. Incerto e preocupado o rei aproximou seu rosto da jovem desacordada e sentindo seu hálito quente aliviou-se de sua preocupação. Posicionando um braço por sua nuca e o outro pela parte posterior de seus joelhos, preparava-se para carrega-la. Ao erguê-la sentiu uma forte pontada em sua nuca. A dor que sentia não se equiparava a dor que lhe causara.
Com um suspiro exasperado começou a vaguear com o corpo desacordado de Aurora em seus braços. Jareth mal conseguia manter seus olhos atentos ao que fazia. Uma tontura repentina lhe acometera quando se posicionou no meio da grande escada que levava aos outros cômodos do castelo. A majestade caminhava lentamente arrastando a sola de suas botas pelo chão de pedras empoeirado. Cuidadoso evitava pisar nas vestes da jovem inconsciente.
Aurora abriu os olhos, sentia os mesmos arderem. Uma forte dor em sua têmpora a fez sentar-se e questionar por que o chão era tão macio. Alguém lhe pusera em uma cama. Quando curvou seu corpo para analisar onde estava sentiu uma pontada aguda nas costas, instintivamente levando uma das mãos até ela.
Ao se levantar sentiu o assoalho de madeira ranger. As tábuas de madeira eram velhas, assim como toda a mobilha do pequeno quarto onde se encontrava. Olhou para a cama onde outrora estava deitada e notou a grossa camada de poeira sobre seus lençóis. Seus orbes castanhos subiram pela cabeceira da cama, a mesma possuía diversos adornos em canos de cobre. Mais acima na parede notou, que de uma janela alta e pequena em formato de prisma os últimos raios de luz lunar adentravam o cômodo. 'Ainda é madrugada', pensou. Seu olhar parou em um grande armário de mogno, que ocupava quase toda a parede oposta a cama. Caminhou até o mesmo evitando pisar nas madeiras podres que provavelmente se quebrariam com seu peso.
Com um alto rangido estridente. Aurora havia aberto uma das grandes e pesadas portas do armário. Dentro dele havia alguns vestidos, muitos deles puídos. Deixou os vestidos e se esgueirou para dentro de outro pequeno cômodo, a saia de sua camisola se prendeu na maçaneta de adornos da porta isso rasgou suas roupas. Mesmo quando o som do tecido rasgando-se chegou aos seus ouvidos ela continuou a adentrar o cômodo. Apalpava as paredes a procura de algum interruptor, mas nada encontrou. Quando estava prestes a retornar para o quarto avistou um lampião que mantinha viva uma lúgubre cama azulada. Aproximou-se do objeto girando com cuidado a roldana para que a chama crescesse.
Então tornou seu olhar para o interior do local novamente. Era um banheiro. Havia uma pia de bronze sujo e empoeirado ao lado esquerdo, abriu a torneira e ouviu alguns estalos antes de a água sair, observou o líquido barrento tornar-se limpo e transparente. A banheira era de um mármore branco que estava amarelado, dentro dela havia um pouco de lodo próximo ao ralo e alguns pequenos cogumelos que brotavam do musgo. O chuveiro também de bronze, mais acima da banheira, por outro lado, estava intacto apesar de empoeirado. Aurora refletiu, sentia-se suja e o mau odor de seu suor a impregnava. Retornou para o quarto procurando no armário uma toalha ou algo parecido. Encontrou uma, e por sorte algo que acreditava serem sais de banho. Ligou o chuveiro esperaria até a água sair limpa. Enquanto esperava removeu a camisola que usava, certamente não poderia reutiliza-la. Seu sutiã estava puído na lateral, ela perdera até as vestes que usava.
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The Magic Of Time [Em Rescrita]
FantasyAurora sempre foi uma jovem solitária e imaginativa, sempre lendo sobre reinos longínquos, criaturas fantásticas e reis cruéis e sem coração. Após uma discussão com Harry, seu irmão caçula a jovem pede aos Goblins; criaturas mágicas que sequestram...