Cathy
O vento gélido palpava minha cara quando eu acordei com diversas pessoas olhando para mim, umas desesperadas, outras que fingiam estar caminhando perto só para analisar a situação. Minha cabeça doía muito e aos poucos quando fui recobrando a consciência e me lembrei do que tinha visto. Meu professor estirado no chão daquela floresta. Morto. E jogado como um saco de lixo. Depois disso ja não me lembrava de nada, fiquei igual uma idiota deitada no chão.
- Como você está? - Perguntou um homem careca ao se aproximar de mim calmamente. - Já chamamos a ambulância.- Acho melhor chamarem a Polícia - continuei - Tem uma pessoa morta ali.
- Morta? - Perguntou o mesmo homem, só que agora com uma expressão mais pálida que o normal. Acho que a ambulância que chamaram para mim terá que ser usada para ele.
-Sim, eu estava andando por aqui e me deparei com uma pessoa morta, estirada no chão, logo ali. No mesmo momento eu me levantei e andei para mostrar para aquelas pessoas que eu não estava ficando louca.
Me levantei um pouco tonta e fui ao mesmo lugar no qual mais cedo tinha achado o corpo, mas quando me aproximei assustei. Não tinha nada lá, nem sequer um vestígio.
- Não pode ser! , Eu juro que eu vi.- Começei a me desesperar com aquelas pessoas não acreditando em mim, e claramente me achando louca.- Você bateu com a cabeça, está confusa com as coisas que diz. É normal querida - disse uma outra mulher de longe.
-A ambulância já está chegando - Retrucou o homem.
Tudo que eu mais queria era poder sair daquele inferno e simplismente ir para minha casa, que por sinal estava bem perto.
Quando olho longe ,vejo duas pessoas correndo em minha direção. Uma delas era a minha irmã e a outra era Leon. É estranho toda vez que estou com problemas esses dois sempre aparecem. Mas não estou reclamando, eu acho isso ótimo, especialmente agora. Preciso ir embora daqui, estou farta dessa situação toda.
- O que houve ? - Disse lydia preocupada. Possivelmente alguem que nos conhecinha teria dito pra ela que eu estava estirada no chão, inconsciente, possivelmente morta.
- Gente, eu estou assustada… Eu não. ..- Fiz uma pausa - Leon, eu posso conversar com você em particular?
Então o puxei para um canto imediatamente e finalmente pude falar tudo com alguém que eu confiava, alguém que não iria me achar louca.- Eu estava andando aqui depois que sai do Colégio e quando me aproximei vi um corpo estirado no chão. Morto - Engoli seco - E esse corpo é de uma pessoa que conhecemos muito bem, era o professor Benjamin!
- Você tem certeza? - Disse Leon com uma certa frieza.-Absoluta. Você acha que isso tudo tem a ver com os sumissos? Eles somem com as pessoas e depois elas simplismente as matam?
- Eu acho que você deveria parar de pensar nisso e ir descansar um pouco, ok?
- Ok!Ele agia estranho ultimamente, como se sempre estivesse preocupado com algo. Talvez era apenas o estresse que passava com os pais, ou mesmo com toda essas histórias loucas que estavam acontecendo agora bem mais perto do que imaginávamos,
Tudo que eu mais queria agora era poder ficar deitada na minha cama o dia todo. Leon se ofereceu para ficar comigo durante o resto do dia, e eu agradecia por isso. Eu sou o tipo de pessoa que nunca gosto de demostrar minhas fraquezas, mas as vezes até os mais fortes caem, e isso é completamente normal, somos apenas simples humanos.
O teto do meu quarto era tudo o que eu via enquanto ele estava sentado ao meu lado tentando me animar a todo tempo. No momento estava me contando piadas bem velhas, que de tão sem graça chegavam a me tirar um pequeno sorriso meia boca.
- Sério Cathy, me responda. Você sabe porque a aranha é o animal mais carente do mundo?
- Não senhor. - Dei uma pequena risada- Por que?- Porque ela é o aracNEEDYOU - Disse em meio a muitas risadas, assim como eu. Não vou mentir, essa foi boa.
- Posso te pedir um favor? - Eu disse enquanto deitava minha cabeça em seu colo.
- Claro, o que é?- Me conta uma história?
- Você sabe que eu sou péssimo com histórias - Mas não precisou nem que eu fizesse minha cara de piedade para que ele mudasse de ideia. - Tá bom, te conto uma história. Mas só se você prometer que não vai se intrometer e nem tirar sarro dela!- Tá bom, eu prometo.
- Era uma vez…
- Sabe que nenhuma história de verdade começa com era uma vez - Dei um pequeno riso ao ver sua cara de Bravo.
- Era uma vez, em uma aldeia bem longe de onde você pode imaginar vivia um pobre menino, ele não tinha nada, nem ninguém. Todos de sua família o haviam abandonado, na verdade esse pobre menino não sabia nem sequer se tinha família. A única coisa que ele ainda tinha de valioso era a sua esperança. Então um dia um velho mago visitou a aldeia e trombou com o pobre menino.
De mal que era o mago disse ao menino que ele desse a coisa de mais valor que ele tivera.
Então o mago tirou a esperança desse pobre menino e disse que a escondeu em uma parte do mundo, porém bem longe de onde ele poderia acha-la. Seria uma tarefa bem difícil para ele, porque era apenas uma criança, e que não tinha ninguém para ajuda-lo.
Porém ele não desistiu de acha-la, e procurou por todo canto.
- E ele a achou? - perguntei.- Não, ele ainda continua buscando ela, todos os dias - fez-se um silêncio.
- Olha, até que você está cada vez mais melhorando suas histórias. - Nós rimos.Quando percebi já estava dormindo em seu colo, o que por agora era o meu único porto Seguro.
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O Guardião [PAUSADO]
FantasiQuando o mundo se vê ameaçado por uma força maior e muito mais forte anjo Miguel cria um novo exército, os guardiões, filhos de anjos e humanos que tentam manter o equilíbrio ajudando e protegendo dessas forças do mal. Porém com o desaparecimento d...