Capítulo 14

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Pouso as chaves na mesinha e observo a Suellen correr até à cozinha. Embora não pareça, estou em casa. O silêncio invade a mesma, não sei a razão. Retiro o meu telemóvel da carteira e vejo as horas: Onze da noite!?

Dirijo-me à cozinha também, para preparar alguma coisa para nós. Abro o frigorífico, que tem sempre restos de comida - a minha mãe adora cozinhar.

"O que escolhes bebé?" Pergunto a Suellen. "Temos bifes e costeletas." Eu sei que ela não sabe o que é, por isso retirei ambos os pratos para lhe mostrar. Suellen apontou, com o dedo mindinho e com o seu sorriso contagioso, para os bifes. Achei estranho estarem bifes grelhados dentro do frigorífico, mas devem estar bons.

Abri o armário, retirando de lá uma taça, onde ficaria a minha salada. Agarro, também, numa pêra e trago-a até à mesa.

Coloquei o prato dos bifes á frente de Suellen, quando, de repente, sinto a mesa a tremer, devido ao meu telemóvel. Agarro-o, desbloqueando a tela; Clico na definição da mensagem.

"Amanhã vem buscar-me, Summer x."

Venho buscar? Venho buscar quem? Summer? Não conheço nenhuma Summer. Será que devo responder? O número não me é conhecido - não só por não estar na lista telefónica, mas porque não me ocorre nada quando olho para este.

"Deve ser engano." Respondi, com a maior das clarezas.

Pousei o telemóvel, agarrando no garfo e enchendo-o com salada.

Algumas pessoas já perguntaram como sou capaz de apenas comer vegetais e não ingerir carne ou peixe. A resposta é fácil: Eu como. Obviamente que, ás vezes, como carne ou peixe, mas não consigo comer dias seguidos, apenas por respeito aos animais. Por vezes gostava de escrever esta frase na testa para não duvidarem mais das minhas escolhas. Sou uma rapariga simples, de dezanove anos, que só tem escolhas.Sou uma adolescente que assume responsabilidades da sua própria vida. Nota mental: Ainda sou uma adolescente. No entanto, vou deixar de ser daqui a algumas semanas. Vinte e um de agosto.

. . . 

Suellen já se encontrava a dormir, embora eu não conseguisse. Lembrei-me do Louis. Como ele estará? Será que este já se lembra do que se passou ontem - ou hoje de madrugada - ? Não tenho o número de telemóvel dele, muito menos sei a morada. Para que queria saber eu da morada? Eu não sei. Neste momento a minha cabeça está a mil á hora. Não me consigo concentrar em nada sem ser naqueles olhos azuis brilhantes, na pele suave dele, nos seus lábios molhados, .. O seu olhar é focado, o seu respirar é calmo, tudo nele é bonito. Por fora. Ainda não consegui ver bem o interior dele, espero poder ter o direito de falar com ele.

Por incrível que pareça, o meu telemóvel voltou a vibrar e, por segundos, pensei que fosse o Louis.

O Burt poderia ter dado o meu número ao Louis.

Ou o Harry poderia tê-lo feito.

Estou a ficar possuída. Tenho que ler a mensagem para ver de quem é.

"Oh Meu Deus, peço imensa desculpa. Com quem estou a falar?" Era o que dizia a mensagem, cujo número é o mesmo da suposta "Summer".

"Isabella?" Após escrever o meu nome, pressiono no botão, que continha o símbolo "Apagar". "Bella, muito prazer Summer."

Momentos depois, recebi uma mensagem. A esperança que tenho de, por algum mero acaso, ser de Louis continua acesa, por muito que seja impossível.

"Desculpe mesmo Senhora Bella, não volto a incomodar."

"Eu não sou velha, só tenho dezanove anos." Respondo, colocando um 'haha' no fim, para mostrar que achei piada á maneira que ela disse. Será que Bella é demasiado velho?

Pouso o telemóvel, depois de bloqueado, nas minhas pernas. Desvio o meu olhar para a televisão, não estando minimamente concentrada no que está a dar.

Acho que vou entregar o telemóvel a Harry. Não me estou a sentir bem em ter um Iphone nas mãos, é muita responsabilidade. Devo comprar - com o meu dinheiro - um Samsung, quando receber. Um que não custe muito dinheiro, pois ainda não me esqueci da mudança. Da grande mudança.

Podia simplesmente mudar-me para casa do Harry e esquecer que os meus pais alguma vez existiram, mas nunca gostei que me fizessem favores. Prefiro começar uma vida nova, longe do local onde sofri, com o meu próprio dinheiro. Não digo que seja mau o Harry ajudar-me, sem ele a Sue tinha que desistir do infantário. Mas é um peso na consciência quando são os amigos a pagar. Num dia somos os melhores amigos, no outro dia pode estar a pedir-me tudo de volta. Eu duvido que Harry seja assim, mas nunca se sabe.

Apago a televisão - que estava desnecessáriamente ligada - e subo as escadas. Deve ser meia noite, mas o meu pai não chegou. 

Ainda penso em ver como está a minha mãe, mas não corro esse risco. Caso a visse a chorar perdia automáticamente o sono.

O meu pai não controla a sua pessoa, e também não se importa com os sentimentos dos outros. Só se importa com a bebida e com o trabalho. Até parece estranho como ele trabalha bem e com motivação.

Sempre ouvi dizer que, para fugir aos problemas, trabalha-se. É praticamente o meu caso. Para, futuramente, fugir aos meus problemas, vou ter que trabalhar. Ao trabalhar, vou receber. Ao receber, vou poupar. Assim que poupar o dinheiro suficiente para apanhar um avião com Sue e sair deste país, ou até mesmo da Europa, vou estar a fugir aos meus problemas. De uma maneira saudável, claro.

O lado bom do meu Iphone é que posso ir ao twitter. Eu preciso de sair deste vício. Uma rapariga de quase vinte anos a venerar uma rede social não é propriamente saudável.

Tweeteiretweeteifavoritei até o sono chegar, até os olhos pesarem. Depois, foi uma porta aberta para um sono calmo.

 984 palavras, juro que tentei

Ok, já fiz capítulos maiores tbh, mas as aulas começaram e não tenho tido muito tempo ahh

O próximo capítulo vai ser um capítulo diferente, muuuuito diferente. Não vos vou dizer o que é mas a estrutura vai ser diferente, não vai ter falas ou descrições, vocês depois vêm. Ah, e o mais importante, vou publicá-lo mais rápido. Love you all, boa sorte para as aulas bebés <3 <3

O lado bom de ser a autora da fic é que eu sei o que vai acontecer e vocês não HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

Bathroom {l.t.} Onde histórias criam vida. Descubra agora