SER MADURO É SER PEQUENINO

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Chinelos e sandálias simples,
Que calçam pés descalços.
Meias pernas
E pernas inteiras
Que um dia caminharam.
Mãos trêmulas
De quem um dia pilotou.
Gente agora humilde
Se arrastando pelo Corredor,
Com tardia Fé no Criador.

Será que compensa ainda viver?
Maldita seja Eva
Que começou este sofrimento.
Maldito seja Adão
Que aceitou o oferecimento.
Tentação humana:
Aceitável e normal.
Condição Humana:
Hilariante e enlouquecedora.
Contradição Humana:
Fato universal.

O que quer o Grande Arquiteto?
Qual o propósito em permitir sofrer?
És tão retórico Senhor!
Sabes de TUDO e TUDO espera,
Mas condena quando há "erro".
Leva-nos a dor
Enquanto senta-se em seu trono de ouro.

O que aguarda
O "daqui a pouco",
Senão a morte?
Nesta luta armada,
A vida é um jogo
Onde não se pode confiar
Na maldita sorte...
Ela pode matar.

Ele quer se libertar!!!

A Sorte é o oculto.
O medo.
O Acaso desconhecido.
Viver é um grande insulto
E morrer, um pedido.

É inaceitável
Não ter vida eterna...
Deus zomba de sua ninhada...
Mas somos sua imagem e semelhança.
Chinelos, não calçam meia perna.
Então se arme,
Para a luta travada.
Ele é uma criança
Que brinca de marionete,
Para esta sociedade.
Então se ame!
Não espere ser amado
Mas saibas,
Que Ele está contigo
Bem do seu lado,
Como criança,
Pedindo
Para ser carregado...
Pedindo
Para brincar...
Para ser seu amigo...
Samaritano; não O deixe ferido...

Faça da Vida, um culto...

Em outras palavras...
Deixe de ser adulto.

Aí está a essência...
"Deixai vir a mim, as crianças"...
Não faz diferença?
Somos Dele, pura semelhança,
Mas se a busca não for real
Tudo será só coincidência.

[Dedicado aos meus pais: Luiz Carlos Kran, Nilma Maria da Silva Kran
E aos pacientes do Hospital Araújo Jorge.]

A Língua dos AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora