A Língua dos Anjos

SONTOKU

Criar uma cultura de Paz.
Missão dura,
Dura demais.
Um mal com cura,
Uma fatura,
Preço alto demais
Que ninguém atura
Segurança não segura,
Não se admite mais.
"Perdoa-os Pai;
Eles não sabem o que faz".

É tanto atrito...
Ser humano esquisito.
Mente de acesso restrito,
Verdadeiro depósito de detritos,
Faz do conflito
Meio de sobrevivência.
Perde a consciência
De que precisa
De sua essência;
Troca-a pela indecência...
Se vende;
Se rende;
Se prende;
Não compreende;
Não aprende;
Que só pela Paz vem o sucesso.
Não existe "Ordem e Progresso".
Não desaprende
E nem desiste
De andar em regresso.
Evolução em retrocesso
E com isso me estresso
E ao deus dos homens,
Só uma coisinha peço:
Que esse ser quase pensante
De espírito ignorante,
Se levante,
Siga adiante.
(Sentido da Vida).
E erga
A Bandeira da Paz,
Volte atrás
E nunca mais
Ande pra trás.

Advogados, doutores engravatados...
Querem direito...
Esquecem a Justiça.
Eis aí o defeito
E a falta de efeito,
A verdade postiça.
A Lei não é só branda.
Torna tudo uma corda bamba.
Piada. Dança conforme toca a banda.
A Lei chega a ser informal.
Tudo trocado.
O certo pelo errado,
Torna o errado
Algo normal.
Papo furado
Teatro montado
Mas tudo legal.
A quem interessa o acordo?
Ele não paga o transtorno,
Nem mesmo uma indenização.
Valores que se perdem
Numa sala de Conciliação.
Reforça a força do Sistema; do patrão.
É o padrão...
Fatores ocultos,
Interesses tão brutos...
Veredicto é insulto
A quem paga tanto bi-tributo.
Justiça não é saga
É um produto.
Adquiri quem paga.
Papel que se rasga,
Não vale nada;
Não trata a causa;
Nem resolve o conflito.
Só deixa aflito.
Me faz infeliz.
Lembro da frase que diz
E então repito:
"Quem quiser ser
Bom juiz,Deve aprender
Com o Preto Benedito".

Ou com Kinjiro Ninomiya
E este poema é em homenagem
A sua família.

[Dedicado à Akira, Alessandra Ninomia e família.]