CICLOPE

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Abra os olhos
Para a verdade que existe.
Tudo tem dois pólos:
Não consegue e não desiste.

"Largue o osso".
The Skull and Bones.

Humano? Surgido do poço.
Eis o defeito dos clones.

Uma única cavidade craniana.
The dark hole.

Mira,
Sem mira,
Tirana,
Sem tempo, te engole.

Desaparece numa piscada.
Cílio grosso...
Ultimo degrau da escada;
Repito: "largue o osso".

Retina dupla,
Num olho só.
Vê sem culpa;
Julga sem dó.

Pupila dilatada
Sem uso de colírio.
Visão aumentada...
Chega de delírio.

Fotografa tudo.
Num único quadro;
Numa única visão.
Chega a ser mudo,
Talvez surdo...
Menina sem menstruação.

Voto de cabresto:
Prática do interior.
Burro e égua: incesto.
A estaca nem sempre traz dor.

Entrada da alma...
Vesga, espírito torto.
Olho que não se acalma,
Pressão alta?
Mesmo só, não está morto.

Detém no fundo,
Um segredo.
"Tudo vê, Tudo sabe".
Destrói seu mundo,
Logo cedo,
Por guiar a Verdade.

(...)

No farol,
O último degrau,
Após subir:
Trinta e três.
Trincado,
Como o tridente de Poseidon.
Aqui o Bem é o Mal.
Tríade do povo francês.
Sem lágrima,
Sem som.
Vira a página e filma
O trono maçon.

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"... Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão..."

(Trecho da música Eu nasci há dez mil anos atrás
De Raul Seixas e Paulo Coelho).

*Grafite de Decy na Avenida T-10, Setor Bueno em Goiânia.

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