Bomba Relógio

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Seguimos todo o trajeto em silêncio, pude observar pelo canto dos olhos como Kwan observava a paisagem pela janela, debruçando o queixo em sua própria mão. Ainda era estranho estar ao lado dele, saber que ele tinha o poder de destruir a todos nós a qualquer momento fazia tudo ficar ainda mais sinistro.

Dobrei a esquina, chegando à estrada que dava acesso a um parque florestal de Vila Girassol, onde sabia que não seríamos interrompidos ou incomodados. Estacionei o carro na vaga mais próxima e destranquei o mesmo para que pudéssemos sair. Depois de sairmos, caminhamos até um dos bancos afastados, próximo a um poço. Sentei-me no banco enquanto o outro apenas se encostou.

— Eu já sei quem você é.

— Kwan. — continuei — Não sei que tipo de joguinho você está querendo fazer.

Comecei, observando o outro apertar a alça da mochila.

— Só quero deixar bem claro que eu não vou deixar você machucá-la.

Ele continuava ali, me encarando, sem dizer qualquer palavra. O rosto sério, sem qualquer emoção.

— Suhan não tem nada a ver com isso. Ela é inocente, não a use para me ferir.

Observei o rapaz encostar suas mãos e começar a mexer em seu próprio anel.

— Quais são as suas pretensões com ela? — indaguei — Você não deveria estar se envolvendo com humanos.

Ao fim daquelas palavras, pude ouvir uma risada do moreno a minha frente, este girou os calcanhares e deu alguns passos.

— Ei! — Levantei rápido — Aonde pensa que vai? Não terminamos nossa conversa.

Kwan parou e virou-se para minha direção, me lançando um olhar frio.

— Quem é você para dizer que não posso me envolver com humanos?

Fui pego de surpresa, eu realmente não tinha esse direito, na verdade nem deveria ter dito aquilo, no entanto se tratava de Suhan e o que ele poderia fazer com ela. Fiquei sem ter o que responder, o que foi percebido pelo outro que apenas voltou a caminhar em direção a saída antes mesmo que eu pudesse protestar.

Voltei a me sentar, não tinha como rebater aquilo, não tinha como reclamar ou dizer que ele não podia. Eu vim a terra, me apaixonei por Jungkook e entreguei minha alma a ele, um humano. E eu estava pronto para pagar qualquer preço para ficar ao lado dele.

E Kwan? Ele apenas queria usar a minha filha para me machucar.

(...)

Suspirei após terminar de finalizar um relatório. Passei o resto do dia no escritório pensando no que havia acontecido mais cedo, o que Kwan estava tramando? Por que ele ainda estava com Suhan? Provavelmente ela faz parte dos seus planos para me ferir.

Eu realmente era tão hipócrita por dizer que ele não deveria se envolver com ela?

Estava confuso, sem saber o que fazer e sem Jungkook para me ajudar era tudo ainda mais difícil. Ele era minha luz, eu me sentia tão perdido.

Ajeitei minhas coisas e segui para fora do meu escritório, me despedi da secretária e fui ao estacionamento onde entrei em meu carro. Coloquei minha música favorita e me permiti esquecer-se dos problemas por alguns momentos, dirigi devagar aproveitando aquele momento sozinho.

Depois de um tempo, cheguei em casa. Estranhei por momento alguns carros parados em frente a minha casa, fiquei atento ao estacionar, acabei por reconhecer alguns desses veículos.

— Será que me esqueci de algo? — indaguei baixinho.

Depois de alguns passos, até a porta de entrada, abri com cuidado já recebendo um abraço apertado de Taehyung.

Como (Não) Se Livrar De Um Humano Apaixonado, Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora