Não Estava Sozinho

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Já sentiu como se tudo fosse desmoronar ao seu redor e você sequer sabe o que fazer? Ou uma vontade enorme de sumir, para que os problemas de todos a sua volta fossem solucionados?

Lembro-me de enquanto dirigia a caminho de casa, após minha conversa com Namjoon e Taehyung, avistei uma pequena praça com poucas pessoas. Estacionei e em seguida me dirigi a um banco afastado debaixo de uma das árvores que tinha ali. Refleti sobre tudo que havia feito, sobre como era minha vida no inferno, sobre como foi maravilhoso ver o sorriso de Jungkook pela primeira vez e como meu coração bateu mais forte na noite em que o ensinei a atirar discos de vinil. Em que ele disse que estaria lá por mim, que queria estar na minha vida para sempre.

E o quanto eu o decepcionei.

Meus olhos marejaram quando me lembrei da nossa felicidade em segurar Suhan pela primeira vez, aquele pedacinho de pessoa enrolado em uma manta azul. Com seus olhos inocentes e sorriso inocente. Como pude deixar de proteger tudo aquilo que era mais importante para mim? Como pude deixar tudo aquilo acontecer?

As lágrimas escorriam, levei minhas mãos trêmulas ao rosto, escondendo a face derrotada. Tentava a todo custo controlar os gritos engasgados em minha garganta.

De repente, senti algo gelado encostar em meu ombro.

— Vim o mais rápido que pude, trouxe sua preferida.

Limpei meu rosto em uma tentativa frustrada de esconder meu sofrimento, ele deu a volta no banco e se sentou ao meu lado. Colocou uma das garrafas de cerveja sobre o banco e abriu a outra, logo me entregando e depois abriu a sua.

— Eu pensei que você não fosse vir. — falei com a voz ainda um pouco embargada.

— Você sabe que a hora que precisar de mim, eu estarei aqui, Jimin. — passou o braço em volta dos meus ombros. — Não deixou de ser a pessoa mais importante pra mim.

— Você acha que tudo isso não vai voltar ao normal?

— Você está fodido, amigo. Muito. Não posso deixar de ser sincero. — deu um gole na cerveja. — Mas não quer dizer que mesmo a coisa mais errada não possa ter conserto.

— Obrigado pela sinceridade, Jin. — mais um gole. — Você sempre ajuda.

— Mas é verdade, porra. — retrucou. — Jimin, eu não tenho duvidas de que você ama Jungkook e Suhan mais do que tudo nessa vida, que você jamais seria capaz de fazer algo que os magoasse, mesmo as vezes fazendo.

— Estou confuso agora. — dei um pequeno sorriso.

— Você me entendeu. — deixou a cerveja sobre o banco. — O que quero dizer é que você vai saber como consertar tudo isso, sem magoar os dois.

— Eu não faço ideia de como começar.

— Vamos! — bagunçou meus cabelos. — Cadê aquele Jimin determinado que eu conheci quando chegou no inferno? Que tem a bundinha mais sexy do universo?

— Você tem passado tempo demais com Taehyung.

Rimos juntos, meu melhor amigo levou seus dedos ao canto dos meus olhos e limpou os vestígios de lágrimas que ali estavam.

— O que quero dizer é que você é capaz, você pode fazer o que quiser, Jimin. Não desista agora, não queira sumir, não queria ir embora. — suspirou. — Sabe o quanto é importante para todos nós. As pessoas erram, acertam, erram novamente, mas só cabe a elas querer tentar de novo. Querer ter uma nova chance.

Continuei ali, ouvindo.

— Se tem uma coisa que aprendi aqui na terra, convivendo com os humanos, é que eles não cansam de errar e mesmo assim tentar de novo. — Jin voltou a encarar o horizonte de árvores que ali tinham — E, cara, eu queria que todos pudessem ser assim.

Como (Não) Se Livrar De Um Humano Apaixonado, Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora