Como (Não) Se Livrar De Um Humano Apaixonado, Volume 2

Um Dia Do Caçador ψ

Ô seu puto, você está atrasado!

Assim que desbloqueei o celular, essa mensagem estava ali e eu sabia quem era sem sequer ver o nome. Taehyung. Ele adorava me xingar e não fazia cerimônia para isto, apesar que também retribuía da mesma forma então tava tudo de boa.

Sai do carro após ignorar sua mensagem. Estava no estacionamento do prédio que, por sinal, estava lotado. Havia percebido quando passei pela avenida e a fila enorme estava instalada na entrada, as garotas gritavam desesperadas ao lado de seus pais. Me pergunto como eles deixam suas filhas lerem a história do Taehyung, aquele depravado.

Já fora do estacionamento, seguia pela calçada para a entrada do grande prédio. As portas já haviam sido abertas e as meninas incontroláveis já estavam no térreo do prédio, local onde seria a seção de fotos.

— Que ótimo. — resmunguei ao parar em frente a porta de entrada.

Eu juro que só estava fazendo aquele esforço por causa do meu amigo, juro que não queria estar ali, juro que havia uma pilha de trabalhos sobre a mesa do meu escritório me esperando, juro que ficaria muito encrencado se não os entregasse no tempo certo.

Porém, eu juro, também, que não sabia que ao atravessar aquela porta, minha vida mudaria para sempre.

Com o semblante fechado escondido pelos óculos escuros, empurrei a porta giratória de forma preguiçosa enquanto conseguia ver, com certeza dificuldade, a mesa em que o Kim iria se sentar para autografar os livros de sua autoria. Porém, o mar de estrogênio que eu iria ter que atravessar era deveras imenso.

Comprimi os olhos ao passar pela porta e ser levemente empurrado por duas garotas.

— Sai da frente o do cabelo rosa! — uma delas exclamou ao olhar para mim.

Que abusada! Ah, como ela poderia implicar com meu cabelo? Era estilo demais, único. Todos me elogiavam pela cor diferente.

Ao conseguir me enfiar no meio de todo aquele mar de garotas, eis que consegui ver Taehyung próximo a mesa e o mesmo acenou para mim. Me aproximei já retirando meus óculos escuros e acenei de volta, assim, alguns seguranças que estavam perto, conseguiram abrir passagem para que eu conseguisse chegar próximo de meu amigo.

— Não é que tudo deu certo mesmo, Taehyung? — me aproximei da mesa.

Envolvi o Kim em um abraço apertado, em seguida dando um tapa de leve em sua nuca.

— To vendo que você nem precisa da minha ajuda.

O loiro riu divertido ao desfazermos o abraço.

— É porque eu sou muito bom.

Aos poucos normalizei minha risada, e, pela primeira vez ali, percebi um rapaz olhando-me com a boca levemente aberta, parecia ser amigo do Taehyung. Quando este se deu conta que eu havia percebido, desviou o olhar para o chão envergonhado.

Todavia eu não deixaria a oportunidade passar.

— E quem é esse Don Juan ao seu lado? — perguntei mordendo o lábio inferior.

Tentando não deixar uma risada baixa escapar ao ver seu rosto ruborizar ainda mais.

— Don Juan? — o Kim balançou a cabeça em negação. — Fala sério, Jimin. Não tinha nenhuma melhor?

Acabei rindo divertido.

— Não. — respondi normalmente.

Dei alguns passos ficando ao lado do moreno.

— Me chamo Park Jimin, sou o atual empresário do Taehyung, ele me invocou sabe. — ri baixo.

Taehyung costuma dizer que me invocou e sempre me comparava a um demônio, dizia que meu gênio era irritante e que eu havia vindo a este mundo para aporrinhar e complicar a vida dele.