Capítulo X

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Não, vocês não estão vendo uma miragem. Isso é uma atualização. Mais explicações lá em baixo :) 

Harry e Louis haviam se tornado dependentes daquela relação sem ao menos notar. Um nível de conexão que se tornou a rotina de ambos. Uma dinâmica onde ambos se doavam de forma tão pura que a complementação não era nada mais que inevitável.

Não importava se Louis chegava mais cedo, ele esperaria Harry para jantar. E não importava mais a Harry não poder passar, ou melhor, não optar por passar em seu apartamento para deixar as coisas. O moreno rumava direito para a casa do vizinho, criando um lugar habitual para deixar sua pasta de trabalho e casaco, batendo as costumeiras botas contra o capacho que desejava boas-vindas. Harry acabava sempre por sorrir ao ver o acastanhado, vezes lendo algo na sala, vezes cuidando de suas estimadas plantas, vezes apenas finalizando algo que desejava cozinhar. O toca discos de Harry agora era parte permanente da casa de Tomlinson, onde sempre colocavam algo para tocar enquanto comiam e organizavam a cozinha. Não que aquilo significasse algo para Styles, um objeto pessoal importante e com grande valor sentimental ser movido para a casa ao lado, era só comodidade, segundo o próprio dono, ele já ficava tanto tempo por lá que preferia deixar com Louis seu estimado toca disco, que inclusive já contava com algumas obras escolhidas pessoalmente por Tomlinson. Parte da biblioteca pessoal de Louis também havia migrado para a casa do vizinho, que sempre pegava algo para ler ao final da noite e acabava esquecendo-se de devolver quando buscava um novo livro. Até mesmo as compras passaram a ser em conjunto. Harry sempre comia na casa de Louis, então nada mais justo do que ajudar a pagar pelos alimentos. E intencionalmente, ou não, alguns produtos e marcas favoritas de Styles passaram a ser adicionadas à geladeira e dispensa do vizinho.

A relação de amizade também havia se ramificado em hábitos próprios, mas este em específicos sendo originado a partir do picnic. Não era nada mais, nada menos que o toque. Após as flores e abraços era nítido como a relação havia se tornado mais física. Harry gostava de abraçar Louis, afagar os cabelos e por vezes mantê-lo junto a si. Gostava de apertar o pequeno nariz alegando que a forma era bonitinha e gostava ainda mais quando apenas se deixava no sofá e resmungava barulhos que lembravam o choramingo de um filhote como um pedido por carinho em seus cabelos. Gostava da companhia nos filmes e do travesseiro confortável que as coxas de Louis poderiam fornecer para si. Já Louis amava atenção que recebia, os carinhos, as brincadeiras, as provocações. Vindo de uma família tão grande havia se acostumado a sempre estar dividindo o carinho e a atenção, mas ali, naquele momento era tudo e exclusivamente seus. Seu momento de perder a noção do tempo acariciando os fios escuros de Harry, ou a forma que sua covinha adquiria conforme ele falava, como seu ombro era aconchegando quando encostava após o jantar e vez ou outra cochilava rapidamente em alguma parte do filme ou uma música mais lenta.

Também haviam o ponto das tradições. NEDS havia começado com uma pequena brincadeira, mas a frase de "Nunca esqueça de sorrir" havia se tornado um mantra para ambos. Não bastava apenas desejar a frase, o trabalho e a surpresa contavam. Sorrir significava aquecer o coração do outro, deixar seu dia mais feliz, surpreende-lo e por fim criar um momento agradável. Fosse nas mensagens de textos trocadas durante o dia ou em pequenos bilhetes deixado na geladeira de Louis, ou no lanche que por vezes Styles ganhava para comer no trabalho. Fosse nos papéis sorrateiramente escondidos por Harry dentro dos moletons de Louis ou na vez que Louis deixou preso na sola das botas do mais alto. Não havia mais limites para saber que eram capaz de fazer um ao outro sorrir.

Por fim uma nova mudança havia sido notada, mas dessa vez relacionada às famílias. Os então comentários escassos começaram a se tornar cada vez mais frequentes nas conversas trocadas por mensagens e nos telefonemas semanais, sendo o "vizinho misterioso" uma temática quase que dominante. Os Styles ouviam sobre um biólogo inteligente, apaixonado por orquídeas (o que interessava muito Anne) e ótimo cozinheiro (O que animava Gemma) a cada vez que Harry atualizava sobre sua semana, sobre o trabalho ou meramente sobre sua rotina. Já Jay erguia as sobrancelhas sempre que ouvia sobre o tal arquiteto. A matriarca estranhava em partes o filho tímido e introvertido comentar tanto sobre uma nova amizade, mas ouvia atentamente sobre o novo gosto por vinis e vinhos. Obviamente que Jay ficava feliz por mais alguém na vida do filho, mas havia o leve receio natural de não conhecer propriamente quem era o novo integrante da rotina de seu garotinho.

Tea TimeWhere stories live. Discover now