For The Kingdom ⇶j o n s a ✓

The Crown Rests Lightly

- Por que você veio? - perguntou Sansa, cautelosa, enquanto Tyrion entrava em seus aposentos. Ela se instalou em quartos o mais longe possível daqueles que ela ocupou pela primeira vez em Porto Real.

- Eu não posso fazer uma visita amigável para quem um dia foi minha esposa? - Tyrion respondeu com uma pergunta.

- A rainha está morta e a situação tão precária que Jon acelerou o funeral e me trouxe para cá em circunstâncias das quais desconfio que esteja ciente. Eu não acho que você esteja aqui apenas para fazer uma visita amigável.

Tyrion deu um risinho. 

- Me perdoe. Às vezes eu esqueço como você cresceu desde a última vez... desde a última vez... - Ele se atrapalhou para descrever a verdadeira natureza de seu relacionamento quando ela esteve em King's Landing. - Desde que nós realmente tivemos tempo para passar juntos. Fora de uma guerra.

E de certa forma, esse tempo tinha sido mais fácil. Unidos contra um inimigo comum. Mas muitas pessoas se perderam nas batalhas. Tantas casas grandes destruídas por  Cersei, e o poder de Daenerys agarrou o trono de ferro. Tanta terra fértil queimada pelo fogo do dragão ou endurecida pelo gelo do dragão, ainda sem dar frutos.

Agora veio o árduo trabalho de reconstrução. Tornou-se mais difícil pelo súbito assassinato de uma pessoa com o nome certo e poder para facilitar o longo processo.

A menos que ... Jon revelou seu verdadeiro parentesco para as pessoas. Esse deve ser o seu plano. De que outra forma ele poderia prosseguir com um casamento, a palavra ainda parecia engraçada para ela?

Tyrion sabia? Provavelmente. Ele não era apenas um homem gentil, mas muito mais esperto do que ela percebera quando mais jovem.

- Sinto muito por tê-lo tratado tão mal, quando estive aqui da última vez. Eu era jovem, mas, não é desculpa. - Ela quis dizer as palavras, verdadeiramente.

De repente, desconfortável, Tyrion retirou seu pedido de desculpas. 

- Tenho certeza de que não poderia ter sido fácil para você. Uma menina com sonhos de se casar com um belo príncipe se casou de repente com um anão.

- Se isso faz você se sentir melhor, ser um Lannister me assustou muito mais do que qualquer diferença na estatura física. Além disso. - Continuou Sansa, querendo desestabilizar Tyrion um pouco para pegá-lo desprevenido. - Margaery falou um pouco de você e me convenceu de que quaisquer aparentes inadequações de altura eram provavelmente compensadas com abundância em outras áreas de especialização.

Tyrion corou e pareceu incapaz de continuar, e Sansa usou esse momento para avançar.

- Então, você veio para me convencer a casar com Jon? - Ela perguntou, observando-o com cuidado.

Mas Tyrion não respondeu diretamente. Ele caminhou até a mesa perto da janela. Pegou uma taça de vinho, voltou e sentou-se numa cadeira em frente a Sansa. Ele tomou um gole do vinho.

- Não precisa ser uma ... união romântica. Ele está oferecendo uma aliança política. Jon vai anunciar a verdade de seus pais para o reino. Livre de relações familiares próximas, ele rapidamente fará o acompanhamento com uma declaração de sua intenção de manter a paz em Westeros com um casamento com a verdadeira herdeira de Winterfell. O casamento acontecerá rapidamente depois disso. Mas. Se preferir, será um casamento apenas no nome. Ele não vai forçá-la a... se você preferir não...

Sansa sabia aonde Tyrion queria chegar, mas o fez dizer da mesma forma.

- Ele não vai se deitar com você, se você preferir. - Talvez Tyrion tenha pensado que ele disse isso muito severamente, porque ele emendou em voz baixa. - Embora ele certamente queira dormir com você.

Foi a vez de Sansa corar. Tyrion tomou mais um gole de vinho. Sansa pigarreou para se recuperar. 

- E você veio aqui para me convencer a aceitar? Diga-me, o que ele prometeu em troca, Tyrion?

- Nada, minha senhora, asseguro-lhe.

- Todo mundo em Porto Real faz algo apenas para receber outra coisa.

- Não em Porto Real que Jon está construindo novamente.

Sansa fez uma pausa. Parecia idílico demais acreditar. Sonho de uma criança.

Tyrion tomou outro gole fortificante de vinho.

- Na verdade, eu vim para fazer um segundo pedido de você, minha senhora.

Sansa ficou imóvel, surpresa, enquanto Tyrion debatia como começar.

- Você conhece Sor Davos Seaworth?

- A Mão do Rei. - Respondeu Sansa. Ele foi nomeado antes do funeral. De repente, ela entendeu. - Você quer que eu peça a Jon para anunciá-lo.

Tyrion sacudiu a cabeça. 

- Eu pareço servir rainhas melhor que reis. Não acho que Sor Davos faz uma boa jogada. Eu vim, na verdade, pedir para você me nomear a mão da rainha. Se não é uma ideia muito estranha, já que eu já fui seu marido.

Sansa franziu a sobrancelha e protestou.

- Se eu fosse casar com Jon, ele seria o Rei e Sor Davos, a Mão do Rei. Não haveria Mão da Rainha.

- Sob a regra de Jon, haveria. Ele não está procurando por você para dobrar o joelho. Ele não quer subjugar você. Ele quer governar com você como igual. Essa é apenas uma das muitas mudanças que ele quer fazer.

- Não mais do que entre um rei e uma rainha iguais. - Replicou Tyrion, parecendo implicar o potencial particular de discutir entre rei e rainha em particular.

Sansa ponderou isso. 

- Se o que você diz é verdade, você me serviria apenas alguns dias depois da morte de sua falecida rainha. Isso não incomoda você, lorde Tyrion?

Isso aconteceu. Ela podia ver que na dor que brilhou em seu rosto, a dor que ele tentou esconder.

- Daenerys era uma conquistadora quando Westeros precisava de um conquistado. O reino precisa de uma régua agora. Alguém para liderá-los, para organizar-se, para nos tirar dessa primavera úmida para um verão abundante. Se você ouvir ele, acho que você vai descobrir que Jon tem outras idéias que podem surpreendê-la.

Sansa considerou. 

- Então deixe que Jon me conte mais sobre essas mudanças. Leve-me para vê-lo.

Assim que as palavras saíram de sua boca, rendendo-se a um desejo que ela mal podia admitir, ela sentiu a liberação surpresa de uma pressão interna. Então, enquanto caminhava em direção a seus aposentos, um tipo diferente de tensão cresceu, como uma libélula flutuando sobre seu estômago.

Este é Jon, ela lembrou a si mesma. O pequeno Jon, meditando nos cantos do grande salão. Apenas Jon você cresceu com… Jon que cresceu… Jon que cresceu em um homem. Um homem forte, com cachos escuros e peito largo e a habilidade de balançar uma espada como um mestre e liderar como se ele tivesse nascido para isso.

Mas para que eu nasci?

Que os sete me protejam, ela repreendeu a si mesma, enquanto ela simultaneamente rejeitava e saboreou uma resposta que ecoou em sua mente.

Para ele.