Acordei devagar, senti algo molhado em torno dos dedos. Abri os olhos e ri me baixinho ao ver o Thor a lamber me a mão. Peguei na cabeça de Will e pousei a na almofada. Ele estava completamente adormecido. A sua boca estava ligeiramente aberta, deixando escapar uma respiração lenta e firme.
Fiz lhe uma festinha na cabeça, apercebi me que os meus gestos tornavam se mais suaves do que nos últimos meses. Afinal, eu não interagia com mais ninguém além dele, já à quase três anos, e não é surpresa, querer ternura.
- Bom dia- ... disse Will.
Sorri quando ouvi a sua voz ligeiramente quebrada devido ao sono, ele definitivamente era muito doce.
Dei lhe uma abraço seguido de um beijinho na cabeça.
- Bom dia, respondi. Dormiste bem?
- Nem por isso... durante a noite, eu estava acordado e tive a impressão de ouvir vários contaminados a tentar entrar na nossa caverna, fiquei apavorado depois disso, e não consegui adormecer...
Franzi a testa, e levantei me muito devagar e pedi a Will para fazer o mesmo.
- O que ouvis te exatamente?- perguntei muito sério.
Will sentiu se desconfortável. Ele passou a mão pelo pescoço.
- Pareciam pessoas a tentar escalar a parede, ouviam se as suas unhas e pés a raspar... a arranhar e ... E eu ouvia os a grunhir.
Olhei para ele por um momento, antes de pegar na arma e avançar para a saída do buraco.
- Mike o que estas a fazer? Perguntou, com medo de que eu saísse depois daquela noite agitada.
- Eu só quero verificar se estamos seguros aqui - Sussurrei.
Will abriu a boca para impedir Mike, mas não encontrou palavras e ficou em silêncio. Ele simplesmente assistiu a chegada de Mike à saída, sem um único som .
Sabiamente afastei a folhagem das árvores que escondiam a entrada, olhei primeiro para o nível do solo, mas não vi nada, e depois certifiquei me de que o caminho estava livre, antes de sair lá para fora e olhar ao redor da rua, mas não apercebi me de algo anormal, exceto talvez ...
- Will, prepara te, vamos sair daqui, pega nas roupas mais quentes, vamos caminhar para Norte- sussurrei enquanto voltava para a caverna.
Ele olhou me, com os olhos bem abertos, e sentou-se. Os braços dele envolveram se nas pernas, dobrados contra o peito dele.
Parei, vendo-o assim. Era absolutamente ... Adorável, quando ele estava com medo. Na verdade, sempre o achei adorável.
Rapidamente voltei a ação, colocando as coisas numa bolsa, e vendo me tão sério, Will apercebeu se de que não estava a brincar.
- Eu ... ele começou.
Aproximei me dele, acariciando lhe a bochecha suavemente, quase ternamente, lutando interiormente para não cair no abismo dos seus lindos olhos verdes, desviei o olhar, e concentrei me na bolsa que estava a custar fechar.
- Por favor, Will- disse puxando o fecho, ajuda me a arrumar as nossas coisas
Ele assentiu silenciosamente. Dei lhe um pequeno sorriso. Ao nosso lado, Thor observava em silêncio. Ele devia perguntar se o que seus donos estavam a fazer, para revirar toda a caverna. Ele só queria comer os seus deliciosos croquetes, contaminados ou não. Ele era imune a doença.
Fiz lhe uma festinha na cabeça enquanto guardava a comida e a roupa da cama, foi Will quem fechou a última bolsa, tínhamos cinco no total, uma para a água, duas para a comida e os utensílios de cozinha, outra para a roupa, e uma última para Thor.
- Podemos ir? Perguntei.
- Sim, vamos!- respondeu me Will, vestindo um dos meus casacos. Peguei na arma e três das cinco bolsas, arrastando-as enquanto alcançava a entrada do buraco, e Will cuidaria das últimas coisas e de Thor, agarrou então o cão nos seus braços para o descer da caverna, após isso iria para o chão.
Na saída, observei, como antes, se havia alguém, felizmente não, com a Arma na mão, habilmente pulei para o chão. Olhei a volta, queria ter certeza de que nada escapou me, o menor erro, e estávamos lixados, e com o Will ao pé, é claro que nunca deixaria nada de mal acontecer.
- O caminho está livre - sussurrei depois de voltar para a entrada do buraco.
A cabeça de Will apareceu. Ele entregou me o Thor, que facilmente agarrei o, e coloquei o no chão, sussurrando para ele ficar quieto, foi bem educado e soube reconhecer os sinais de aviso. Em caso de perigo, ele também sabia que quando um ou outro sussurrava lhe na cavidade do ouvido, ele tinha que permanecer em silêncio.
Peguei então nas bolsas, coloquei as mais pesadas nas costas e ajudei Will a descer. Uma vez fora da caverna, num breve momento, estava prestes a beijar os seus lábios, mas um barulho interrompeu me, um grunhido, que chamou a atenção de Thor. Virei me de repente.
- Oh não, isto não é nada bom ... - Dois contaminados encontravam se a nossa frente.
Continua...
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The End
FantascienzaUm vírus misterioso infectou toda a humanidade, a Terra está um caos. As vilas, aldeias e cidades se encontram devastadas e a vida torna se rara. No entanto, mesmo diante dessa adversidade, aqueles que não foram infectados se mantêm firmes na luta p...