Rumo ao Norte III

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Fiquei mais alguns minutos, escondido, a espera. Queria ter certeza de que todos os contaminados se afastaram, antes de sair daqui. Uma vez seguro saí, verifiquei se o meu canivete ainda estava no lugar antes de continuar, andei rapidamente, sem correr. Para não alertar  novamente. Andei pela rua, olhava por todo o lado. Depois de alguns minutos, finalmente reconheci a rua onde perdi o Will e Thor. Respirei fundo enquanto mergulhava no beco. Estava cada vez mais preocupado, enquanto avançava. Não conseguia encontra lo, senti a pressão a aumentar.

   Acelerei o ritmo. De repente parei ao vê-lo, enrolado em cima do telhado de uma casa, lá estava ele, o meu Will. Subi em caixas de madeira, rangeram sob o meu peso e subi o telhado. Pousei todos os meus pertences, antes de puxar o Will que tremia nos meus braços. Tentei acalma lo. Ele chorava e isso partiu me o coração.

- Acalma te, eles já se foram, ok? - Sussurei.

- Eu estava com medo de que eles ... Te ... Gentilmente acariciei as suas costas.

- Eles nem me tocaram, Will.- Assegurei lhe.

Ele assentiu com um nó na garganta. Ele aconchegou se mais perto de mim, e abraçou me com mais força.

- Queres descansar um pouco aqui? Podemos continuar a andar, amanhã!

- Sim ... respondeu ele. Enxuguei lhe as lágrimas.

Peguei nas malas e abri. Fiquei pálido, percebendo que a mala que tinha lançado para atrasá-los, era vital.

- Ahmm ...

- Algum problema? - Perguntou me Will.

Olhei para ele.

- Bem eu ... eu atirei um dos dois sacos de comida nos contaminados quando fugimos ...

Tossi, quando ele olhou me com olhos grandes.

- Temos um saco de arroz que sobrou!- Suspirei.

- Não vamos comer hoje a noite, não é ? - perguntou Will.

  Sacudi a cabeça. Thor emitiu um som, mostrando tristeza. Puxei o entre eu e Will para acariciá-lo. Sem desviar o olhar do bola de pelo. Comecei a falar novamente.

- Sabes que dia é amanhã?

Will franziu a testa ligeiramente. Ele enfiou a ponta do polegar entre os lábios.

- Não, qual?

Sorri.

- O teu aniversário tonto- Respondi, ainda mimando Thor.

Os olhos de Will arregalaram. Ele começou a gaguejar, as suas bochechas, ficaram levemente vermelhas.

- Tu ... tu lembraste do meu aniversário? - Ele sussurrou.

Ri me um pouco.

- Como esquecer?

- Mas... mas eu não me lembro do teu, nem sei quando nasceste- disse Will inexpressivamente.

Rime alto e baguncei lhe o cabelo.

- Não te preocupes, não é importante. Pelo menos, faz esquecer que sou mais velho do que tu. Foi a vez de Will se rir.

- Estás a brincar, eu espero? Temos apenas três anos de diferença- disse me, colocando o dedo na minha barba.  Quando é que vão encontrar uma cura, na tua opinião?- Ele perguntou me.

Suspirei. E olhei para Thor, que estava deitado entre nós.

- Eu não sei ... admiti.

Will encostou a sua cabeça no meu peito.

- Se caminharmos para o norte ...

- Tens alguma ideia de onde encontrar um refúgio? - Will perguntou em voz baixa.

Fiquei em silêncio por um momento antes de responder.

- Eu não te contei... mas há várias  semanas atrás, deparei me com um envelope. Estava escondido numa gaveta, sob vários papéis.

- O que estava escrito nele?

- Existe um abrigo para todos os não-contaminados. Está localizado em Oxford.

Estou a pensar em evitar esse refugio!

Porquê?

- Eu diria ... Uma intuição. Pode ser perigoso.

Will assentiu devagar. De repente olhei para a mão dele. O meu olhar escureceu.

- Will, a tua mão?- disse friamente.

Ele ficou tenso ao ouvir o tom usado por mim.

- Porque não queres que eu cuide de ti? Olha em que estado está a tua mão, queres que ela se infecte?

Will segurou a mão.

- Não faças nenhum comentário!- Ele resmungou.

Abracei o.

- Nós não vamos discutir, ok? Se eu fico com raiva, é só porque estou preocupado contigo.

Ficamos silêncio por vários minutos, observando um ao outro, até que rapidamente coloquei os meus lábios nos de Will. E Deitei me, arrastando Will comigo.

- Deveríamos dormir, andamos muito hoje.- disse.

- Sim, bocejou ele.

- Boa noite ...

- Boa noite.

Em breve ele adormeceu. Eu olhava para ele. As horas passavam, sem que eu adormecesse. Estava a pensar demais. De repente, o meu relógio emite dois sinais sonoros. Sorri quando vi que já era meia-noite.

Virei me para o rosto de Will, que dormia  pacificamente.

- Boa noite, anjinho ... - Beijo os seus lábios por um momento. Will fez um som de contentamento no seu sono.

Fechei os olhos e adormeci.

Continua...

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