A falta do açúcar

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Me falta um café pela hora que escrevo, todavia não lembrei de comprar o açúcar na sexta passada. Eu olho para o teto e penso, em meio a finas lágrimas, em cada detalhe seu que deixei passar. Olha me perdoa se eu não prestei atenção o suficiente, se eu lhe deixei sentir só e todos os dias que as palavras de carinho se ausentaram do meu vocábulo. É que mesmo pensando na possibilidade da partida, ninguém consegue de fato pressentir a sensação, até que ocorra verdadeiramente. Eu nem ao menos consigo medir a sensação em palavras. Me dói ir até seu lado na cama e saber que você não estará lá na noite seguinte, imaginar o próximo céu estrelado sem seus dizeres acerca de tamanha beleza da natureza, assistir aos seus programas de tv sem ouvir seus comentários e planejamentos utópicos pra nós. Espero que teu sofrimento tenha sido mínimo comparado ao meu no momento, e sei que vai demorar para eu seguir de fato os dias próximos.

Já faz um tempo onde as lembranças da minha falta de assistência me assombram, nas noites frias, tuas palavras não estão vivas para me aquecer e eu ainda não sei porquê não passei mais tempo com você.

As pessoas ao meu redor insistem em me falar que está tudo bem, mas mesmo debaixo de cobertas me sinto perdida, sem coragem de por o pé no chão frio. Mesmo com todo carinho que recebo, o único abraço que sinto é o da solidão. Você sempre fará parte de mim, e não te ter aqui é como respirar com navalhas no pulmão.

Me perdoa pelos erros, nenhum deles foi premeditado a magoar-te.

Não tem um modo de dizer isso, e não tem um modo de realmente acontecer: Não vá embora, eu lhe imploro!

The Reason: Chronicles of what I dreamed for usOnde histórias criam vida. Descubra agora