As dúvidas me assolam, dia e noite (Capítulo 35)

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Louise

Estava sentada a um pequeno banco a parte traseira ao hospital que dava para uma pequena praça,  o dia não estava sendo fácil, e mesmo a poucas horas de trabalho sentia me cansada como nunca, esfreguei os olhos e voltei a olhar a praça, minha atenção estava agora no senhor humilde que vendia algum tipo de comida que chamava atenção dos consumidores ali perto, minha boca chegou a salivar sem ao menos saber do que se tratava, quando o olhar do senhor recaiu sobre mim, gentilmente o chamei com o olhar, ele atravessou a rua e abri um enorme sorriso ao constatar o que ele vendia, profiteroles, fazia muito tempo que não os comida, talvez anos. 

- Quero pelo menos cinco. - disse com água na boca, o homem a minha frente abriu um sorriso gentil e estendeu a grande cesta, meus olhos famintos passeou por toda ela. - De que estes são? - indaguei gentilmente ao senhor. 

- Chocolate com avelã, estes são ótimos, mas os mais vendidos são os de baunilha com morangos, estão suculentos. - o senhor apontou para os mesmos e fui logo pegando dois deles e três de chocolate com avelã. 

- Acho que tem um monstrinho dentro e mim, pois estou realmente com vontade de provar todos, pena que não posso. - sorri para o senhor que retribuiu com um sorriso sincero, mas que tinha marcas de uma vida não muito boa. 

Tirei do jaleco minha carteira e estendi ao homem cem euros, sabia que era bem mais do que ele estava cobrando, mas não importava, estava o ajudando e cem euros não me fariam falta, já para ele poderia ser pelo menos duas refeições, meu celular apitou em alarme e me levantei segurando os pacotes de profiteroles, sorri para o homem que me lançou um enorme sorriso e palavras de agradecimento, acenei e adentrei ao hospital abrindo um dos pacotes de profiteroles, já o enfiando na boca  o saboreando, estava divino. 

O hospital continuava agitado, os internos eufóricos, mal sabiam o que estavam fazendo, Chloe e eu ficávamos o tempo inteiro atrás deles, era a última paciente para consultarmos antes do horário de almoço, Chloe sabia de cor todos os prontuários, estava mais eficiente do que nunca.

As dores de cabeça estavam vindo mais fortes e intensas, precisava parar para respirar e deixaria Chloe no comando, porem faltavam poucos minutos para o almoço, poderia esperar. Mesmo tendo comido três profiteroles a fome me consumia e a falta de paciência deixava me cada vez mais ríspida com os pobres internos. Andando pelos corredores extensos da área pediátrica senti meu celular vibrar em meu jaleco, desbloqueei a tela e a encarei, era uma mensagem de Lexie.

"Boa tarde Serena Van Der Woodsen de Paris, tenho visto as notícias e você terá que me explicar toda essa situação kkkkkkkk. Bom, te espero no Boutary as uma e meia no máximo, te amo."

E lá vou eu novamente contar cada pequeno detalhe de como Ryan e eu nos reconciliamos, respondi "ok" e um emoji, realmente estava sem um pingo de paciência, adentrei ao quarto de Melissa acompanhada dos cinco internos mais Chloe, encarei a pequena e me direcionei até ela.

- Boa tarde princesa, como se sente? - disse pegando em suas bochechas grandes e redondas, a mesma fechou a cara, ela odiava isso.

- Estou bem tia Lou. - disse antes de tossir.

- Bom, vocês já sabem o procedimento, Chloe irá falar os sintomas e quero todos trabalhando essas mentes para me dar resultados, quem acertar ganha um brinde. - disse contendo a ironia em minha voz. - Pegará o caso.

- Melissa Croenberg deu entrada no hospital com fadiga, perda de apetite, distúrbios do equilíbrio, fortes dores no quadrante superior direito abdômen, vômitos contantes. Tem apenas nove anos e câncer no figado foi uma idea descartada. - Chloe disse de cor, senti uma leve tonteira e me sentei sem tirar os olhos dos internos que pareciam queimar os neurônios para solucionar um caso tão fácil. 

Por um acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora