~Quebra de tempo~
Narradora: Sayuri
Mais um grito ecooa pelo local e mordo o lábio inferior enquanto a minha mente grita que não devia estar ali, e tinha toda razão.
A porta da pequena sala a minha frente é aberta e a Sora sai enxugando as mãos num guardanapo e joga-o fora antes de aproximar-se. Ela era uma dos três antigos agentes que trabalhavam com os meus pais
- Quando vocês falaram em fazê-lo confessar não foi bem isto que passou pela minha cabeça - comento dando de ombros
- Não me digas que estás com pena dele? - ela indaga franzindo o cenho
- Quero mais do que tudo que ele pague pelo que fez, mas não desse jeito. Vocês estão torturando-o! - aponto
- Nada que não seja merecido. Ele tirou várias vidas e desgraçou várias famílias, sabes disso melhor do que ninguém. Como podes ter piedade de alguém assim? - a Sora fala e pondero desviando o olhar do seu
Eu realmente não sabia se ter o mínimo de piedade daquele homem era o certo ou o errado.
- Estamos aqui a horas é mais do que óbvio que ele não vai falar. Têm algum plano B? - pergunto realmente curiosa, sabia que eles podiam ser presos por agressão e sequestro do Shougo e eu seria cúmplice. Mas isso pouco me importava. Eu queria realmente é saber se ele teria o que merecia.
- Eles vão dar um jeito nisso. Relaxa - ela assegura encostando na parede antiga do meu lado
Assim que aceitei ir com o Kenji apanhamos logo um vôo para cá junto com a Sora e o Akira. Quando chegamos neste lugar o Shougo já cá estava, segundo o Kenji trazido por algumas famílias dos empresários coreanos que ele assassinava pois e que o Kenji e os outros pediram ajuda e depois de contarem aquilo que tinham em mente eles logo concordaram em ajudar
Desde então os três levaram-no para aquela sala e dizem que estão tentando "motiva-lo" a confessar os seus crimes. Certemente que não está a resultar, até porque já não aguento mais ficar neste lugar e ouvir esses gritos angustiantes.
Nunca acharei certo torturar uma pessoa assim, mas ao mesmo tempo sinto que ficar sem fazer nada é como trair a vontade dos meus pais, além de que o Shougo não teve piedade alguma com eles.
O barulho de um tiro vindo daquela sala desperta-me dos meus pensamentos e arregalo os olhos com a possibilidade deles terem-no morto.
Entro no lugar por puro impulso e os meus olhos arregalam-se ainda mais ao ver o homem de quarenta e poucos anos com o rosto coberto de hematomas e a roupa completamente suja de sangue. Vi o sangue escorrer ainda mais na sua perna e desviei o olhar para a arma nas mãos do Kenji
Sentia o meu corpo tremer e o meu coração acelerado pela mistura de emoções. Por um lado estava assustada perante a imagem daquele homem e quem sabe alguma culpa por ter sido cúmplice daquilo tudo. Mas por outro sentia ódio, era a primeira vez que olhava nos olhos da pessoa que havia assassinado os meus pais
- Tirou-os de mim... - a minha voz saiu num sussurro enquanto ainda olhava o homem que encarava-me - Tirou os meus pais de mim - senti as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas
Foi ai que percebi que não importa quantos anos ele pegue de cadeia. Nada nunca será o suficiente para preencher o vazio que ele causou.
Sinto o objecto gélido tocar numa das minhas mãos e desço o olhar vendo o Kenji entregando-me a arma
- Agora tem a oportunidade de o retribuir - o Kenji fala enquanto seguro no revolver com exitação sentindo a minha respiração ainda mais descompensada
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𝐄𝐦 𝐊𝐨𝐧𝐨𝐡𝐚 / 𝐧𝐚𝐫𝐮𝐭𝐨. ✓
Fanfiction── 盆栽 naruto colegial au. multiships, ©hopsguk 2017 ✓