𝐄𝐦 𝐊𝐨𝐧𝐨𝐡𝐚 / 𝐧𝐚𝐫𝐮𝐭𝐨. ✓

Capitulo 42

Narradora: Sayuri

- Qual é a necessidade de irmos tão longe? - pergunto já cansada, já estávamos a quilômetros do acampamento

- Ter a melhor nota - o Gohan responde continuando a andar na frente

É claro que não é por isso, isso é a última coisa que interessa para ele, apenas não entendo o motivo dele querer ir para o meio do nada

- Estou farta! Continua sozinho se quiseres, eu vou embora. - digo dando de ombros e começando a andar

- Que impaciente - o Gohan diz puxando-me pelo braço - Estamos quase lá tem calma - ele finaliza fazendo-me voltar a caminhar ponderando

Andamos por mais de quinze minutos até avistarmos um garoto que parecia ter a nossa idade e acena para o Gohan, então foi por causa dele que viemos até aqui?

- Ei Gohan... - o garoto diz aproximando-se permitindo-me ver melhor, ele era magro, o seu rosto era pálido e tinha os olhos avermelhados. Não exagero quando digo que parece um morto vivo.

- Yoo! - o Gohan comprimenta e o seu olhar recai em mim - Sayuri podias começar a procurar? Demoro apenas alguns minutos - ele pergunta-me e alterno o olhar entre ele e o garoto morto vivo

- Não - digo simplesmente e ele suspira irritado, ele faz-me caminhar tudo isto para os seus interesses e depois tenta livrar-se de mim? Não é assim tão fácil.

- Vem comigo - ele diz guiando o garoto para fora do meu campo de visão

Era mais do que óbvio o que estava a acontecer e sinceramente, não é de surpreender.

Não demorou muito para o Gohan voltar e aquele garoto sumir, logo continuamos o caminho em silêncio

- Não acredito que continuas com isso - comento e ele vira-se para encarar-me com a testa franzida

- Como assim?

- Não te faças de idiota. Sabes perfeitamente do que falo Gohan - digo fazendo pouco caso

- Isso é assunto meu - ele diz dando de ombros e rio irônica não acreditando

- Posso ter ficado calada da última vez, mas não significa que voltarei a fazê-lo

- Não farias isso - ele diz parando de andar e fintando-me seriamente

- Achas? - digo fazendo o mesmo - Podes, melhor, tu vais acabar por ser preso por isso!

- Não se ficares caladinha - ele diz piscando e nego com a cabeça

- Não se trata de ti! Trata-se das vidas que estás a destruir, pouco me importa se fazes isso a ti próprio, mas qual é a necessidade de fazer isto aos outros? - aponto alterada e ele ri debochado

- Destruir? Querida se eles não quisessem não pediriam, e se eles não pedissem eu não precisava de os vender - ele diz fazendo pouco caso - São apenas negócios - ele finaliza encolhendo os ombros

- E eu não sou obrigada a fazer parte deles.

- E não estás. Apenas tens de ficar calada, fizeste isso todo este tempo, o que é que custa?

- Eu pensei que tinhas parado. - digo e nego com a cabeça - Já não importa - finalizo e começo a andar no sentido oposto

- Onde pensas que vais? - ele grita a minha trás

- Fazer o que devia ter feito a muito tempo! - digo acelerando o passo

- Espera! Primeiro vamos terminar de recolher todo o lixo e termos a melhor nota, podes pensar enquanto isso - ele fala correndo para alcançar-me e fica na minha frente