incontrolavelmente ; jikook

um :: quando as coisas deram errado

Com ele entre minhas pernas, eu senti seus dedos subindo pela minha coxa, percorrendo um caminho que o pertencia. Sua mão parou na minha cintura e a apertou forte ao passo que a outra estava no colchão para que ele se sustentasse sobre mim enquanto deslizava para dentro de mim. Fechei os olhos para experimentar a corrente elétrica por baixo da minha pele, vindo da ponta dos meus pés até a orelha que ele mordia. Era suave e extraordinário como flutuar na água e perceber que se está na verdade voando no céu e tocando as nuvens. As faíscas se transformavam em fogos de artifícios, e eu arrastei minhas unhas pelas costas dele como se eu fosse explodir também. Estávamos... quase...

Abri os olhos e pisquei várias vezes para o teto escuro do quarto.

Não havia ninguém em cima de mim e eu estava de pijamas, deitado na cama com os lençóis completamente revirados e uma dos pés sem meia. Pude sentir o suor na minha testa e os batimentos acelerados no meu pescoço. Mas não era só isso. Eu tinha uma ereção enorme entre as pernas também.

Bufei e coloquei as mãos no rosto. Eu realmente tinha que parar de ter sonhos eróticos com Jeon Jungkook.

Levantei da cama gemendo feito um velho e, ainda tonto, olhei para o despertador verde neon ao lado da cama. Ainda era quatro horas. Eu deveria ficar surpreso por meu corpo estar pensando em sexo às quatro da manhã, mas a verdade era que eu pensava em sexo o dia todo. Ainda assim, eu não costumava acordar assustado, no entanto talvez a noite anterior tivesse me afetado mais do que eu esperava.

Sai do quarto com o saco doendo e fui direto para o banheiro, onde tomei um banho bem gelado para me despertar e acalmar. Eu não podia correr o risco de sonhar novamente com ele daquela forma porque não sabia se o meu "amiguinho" iria suportar ser murchado à força de novo. E eu até podia me masturbar, mas era bem capaz que eu começasse a chorar por ter o cara que eu gosto no quarto ao lado e ainda assim eu tivesse que me satisfazer sozinho quando o que eu queria era me satisfazer junto a ele. Prazer, Park Dramático Jimin.

A verdade era que Jungkook se tornou meu colega de apartamento há uns dez meses, infelizmente para meu coração e corpo. Nós não nos conhecíamos antes da faculdade, mas, por causa de amigos em comum, nós começamos uma ótima amizade também e quando ele perdeu o emprego porque faltava demais para se esforçar nos estudos e não conseguiu mais pagar o aluguel, adivinha quem lhe ofereceu um lugar pra morar? Isso mesmo, o otário aqui.

Ele sempre foi muito lindo, mas quando começamos a viver sob o mesmo teto foi que eu percebi que ele também era um tesão, e tarado como eu era, não consegui deixar isso de lado. Eu até havia parado de sair com um monte de caras como costumava fazer quando me apaixonei por ele, porque simplesmente não tinha graça se não fosse com Jungkook; e nunca era com ele. E por causa disso, eu sempre mergulhava na doçura do chocolate e só não ficava gordo porque fazia academia. Pelo menos, o chocolate me amava.

E era claro que eu sabia que Jungkook não me amava porque o desgraçado tinha namorada, e ela era muito mais bonita e fofa do que eu (além do fato de eu não saber se ele gostava de homem, o que era algo extremamente importante). Enfim, ele estava com ela e não comigo, e os dois eram como almas gêmeas, enquanto eu apenas me imaginava com ele.

Está aí, minha situação de trouxa toda exposta.

Depois de voltar para meu pijama, eu abri a gaveta da minha mesinha de cabeceira e peguei uma barra de chocolate bem doce para depois sentar na poltrona perto da janela. Mordi um pedaço enquanto encarava a vista para o muro de cimento do prédio ao lado. Para que fazer uma janela que dá pra uma parede? Bem, pelo menos não era para outra janela, porque eu adorava ficar pelado no meu quarto recebendo luz do sol que nem uma planta.