três :: quando as coisas pareciam dar errado, mas deram certo

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Alguns dias depois...

SEXTA

Beijar Jungkook era muito bom. Era ótimo. Na verdade, era magnífico. Eu não saberia expressar quão tamanha era minha felicidade em finalmente poder beijá-lo. Eu gostava principalmente do fato de que ele beijava divinamente bem, e que na maioria das vezes não eram simples beijos doces e curtos, era como se a língua dele fosse um maldito corcel indomável voador que me levava para passear no meio de uma explosão.

O único problema se encontrava no fato de que a gente não passava disso. Sempre que as coisas ficavam quentes demais, Jungkook arranjava alguma desculpa para pararmos. Eu ficava com ódio, mas deixei passar todas as vezes. Eu fui gay a vida toda — obviamente —, mas eu tinha quase certeza que eu era o primeiro homem dele e que ele estava inseguro com aquele relacionamento.

Eu entendia? Sim. Estava satisfeito? Nem um pouco. Afinal, pervertido de verdade sempre pensa além.

Decidi então que iria tentar seduzi-lo naquela noite e finalmente levá-lo para a cama. Como se seduz um homem que tem medo de sexo com outro homem? Deixando ele louco, é a resposta. E não era a toa que eu fazia academia e dieta; meu corpo era gostoso e sarado, e eu ia usar aquilo contra ele. Na verdade, nem era contra ele, era a favor, porque uma noite comigo só traria coisas boas.

Eu esperava não viciar o coitadinho. Ou esperava...?

Ouvi o barulho da tranca antes de vê-lo. Jungkook entrou pela porta do apartamento e logo me viu sentado no sofá da sala mexendo no celular. Mal sabia ele que eu estava procurando as melhores formas de fazer striptease para pôr em prática em poucas horas. Bom que era sexta, eu não precisava realmente andar no fim de semana.

Ele trazia em mãos uma sacola cheia de guloseimas porque iríamos assistir um filme. Sorri para ele o mais inocente possível.

— O que trouxe para nós, Kook? — Eu adorava chamá-lo assim.

Jungkook suspirou e fechou a porta então se aproximou e colocou a sacola sobre minhas pernas.

— Só abrir que você vai saber. Ou ficou cego na minha ausência?

— Pisa em cima de mim e me chama de tapete que vai doer menos.

Estava tudo bem, aquilo era costume nosso já há alguns meses. Não era um namoro que ia mudar nossas personalidades. Ele primeiro me olhou com expressão de tédio, mas então sorriu, e sentou-se ao meu lado. Senti seus braços ao meu redor e ele me deu um beijo molhado na bochecha. Aquilo sim era algo que veio com nosso relacionamento romântico, e eu gostava dos dois; gostava tanto de ser seu amigo quanto de ser seu namorado. Os dois valiam a pena, os dois eram bons e aquela felicidade quase não cabia no meu peito.

Jungkook se afastou um pouco para buscar uma posição confortável no sofá e pegou a sacola, abrindo um pacote de salgadinho.

— Qual o filme? — ele perguntou.

— Não decorei o nome, mas é de ficção científica.

Ela passou o braço esquerdo sobre meu ombro e o apoiou lá.

— Okay, então.

Peguei o controle e dei play no filme. Depois disso, acomodei minha cabeça em seu ombro e com uma mão pegava os salgadinhos do pacote que ele tinha aberto. Ele estava com cheiro de brisa da noite e roupa recém-lavada. Jungkook era assim mesmo, quase nunca usava perfume, ele tinha cheiro do que quer que estivesse ao seu redor.

Era uma noite perfeita e mais tarde ficaria mais perfeita ainda.

Se eu não tivesse dormido.

Quando eu abri os olhos, estava sozinho na sala, deitado no sofá e coberto por um lençol grosso. A televisão estava desligada e meus olhos tiveram que se acostumar à escuridão para que eu visse Jungkook na frente do sofá, estirado ao chão e dormindo. Havia vários pacotes e latas vazias ao redor dele, aliás, uma das latas estava na mão dele. Ainda sonolento — e morrendo de raiva de mim mesmo —, procurei por meu celular e vi na tela que era quase duas da manhã.

incontrolavelmente ; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora