cinco :: quando as coisas não melhoraram

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— Você é bem idiota, Park Jimin — Soowon disse como se eu precisasse de um sermão e ele tivesse a obrigação de me dar um.

Eu estava sentado na cama dele, abraçando meus joelhos e encarado a lâmpada genial de gosma roxa ou sei lá o que sobre o criado-mudo. Ele andava de um lado para o outro no quarto, agoniado, depois de eu ter contado toda a história em meio a soluços quase histéricos que ele teve que conter para que seus pais não acordassem. Seu cabelo preto e pele clara irritantemente me lembravam Jungkook e eu ficava mais triste do que já estava. Como um momento maravilhoso no sofá da nossa sala tinha se transformado em eu do outro lado do distrito e Jungkook descobrindo que ia ser pai? Era muito surreal. Só me restava ficar histérico mesmo. Entretanto, Soowon havia me dado chocolate quando eu pedi, e eu estava um pouco mais calmo agora, mas não menos triste e com ódio da vida.

Não respondi ao insulto dele.

— Além de fazer a maior cena quando você deveria dar apoio ao seu namorado, ainda sai de casa sem celular e carteira e eu que tenho que pagar o táxi por você. — Ele usava um tom de completa descrença que a cada palavra me jogava mais ao chão. Tinha pena dos futuros filhos dele.

— Eu vou pagar de volta — fiz muxoxo, já cansado daquilo.

— Esse não é problema aqui!

Suspirei e finalmente olhei para ele.

— Ah, desculpa se eu não sou tão pé no chão quanto você, Soowon — Não era para ele estar me confortando? Por que todos estavam contra mim? — Você não estava lá. Não sabe como é esse sentimento horrível de repente ter tudo roubado de você.

A expressão dele suavizou.

— Jungkook não é seu tudo. — Aquilo até que fazia sentido, mas eu não queria ouvir. Faria minha reação mais idiota do que eu já achava que ela era.

Foi a vez de Soowon suspirar. Ele ficou de joelhos no chão de frente para mim. Como eu estava todo encolhido e ele era absurdamente alto, nossos olhos ficaram quase no mesmo nível. O carinho que ele tinha por mim era reconfortante de certa forma, mas nada podia apagar a memória dos olhos ferozes de Jungkook direcionados a mim.

— Tudo bem — ele disse, acabando de vez com o sermão. — Fico feliz que esteja bem... fisicamente bem — consertou logo. Definitivamente eu não estava bem por dentro e ele sabia.

Soowon estava prestes a falar mais alguma coisa quando seu celular tocou. Ele o pegou do bolso da calça e olhou quem era. Deu uma rápida observada em mim e eu soube que quem ligava era Jungkook, ficando tenso imediatamente. Ele atendeu.

— Diga. — Sua normalidade me pegou desprevinido. Será que ele estava fingindo não saber de nada ainda? — Ah, Jimin? — Olhou para mim de novo. — Se ele está aqui? — Repetiu a frase, com certeza para saber minha resposta. Eu fiz que não com as mãos em um gesto exagerado para mostrar o quanto eu não queria que ele soubesse que eu estava lá. Soowon entendeu, apesar de eu ver certa desaprovação em seu olhar. — Ele passou aqui para pedir dinheiro emprestado, mas depois foi embora sem dizer aonde ia. — Uau. Era uma boa mentira. — Eu não prendi ele porque Jimin já é suficientemente adulto para ter as decisões respeitadas. — Eu já disse o quanto eu amava Soowon? — Não. Não sei porque ele veio. Não deu tempo de perguntar. Okay. Se eu ver ele de novo entro em contato. Tchau.

Ele desligou o telefone e arqueou uma sobrancelha para mim.

— Você mente muito bem — eu falei a primeira coisa me veio a mente.

— Ele parecia bem preocupado — disse, ignorando minha fala.

Bufei.

— Grande coisa. Ele deve estar mil vezes mais preocupado com Sook.

incontrolavelmente ; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora