Capítulo 3

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Na manhã de segunda-feira acordei um pouco tarde e não tive tempo de me aliviar antes de ir para o trabalho ou chegaria atrasada. A manhã foi bastante movimentada, sendo assim eu não poderia me dar ao luxo de ficar dez ou quinze minutos no banheiro, sem que levasse uma bronca de meu chefe que estava na sala ao lado. O telefone tocava a todo momento e vários clientes foram ao escritório para tratar de assuntos diversos. Por volta das dez da manhã, finalmente a sala de recepção ficou vazia e era a minha grande chance. Ali mesmo sentada em meu local de trabalho, deslizei a mão por debaixo da mesa e da saia até encontrar o tecido de minha calcinha rendada que já estava levemente molhada.

O toque dos meus dedos me causou uma onda de choques elétricos que percorreram todo o meu corpo. Eu precisava de um orgasmo urgentemente, ou então surtaria. Afastei o tecido da calcinha e encontrei os lábios úmidos, peguei um pouco daquela umidade e comecei a massagear meu clitóris. Como aquilo era delicioso, mas eu tinha que ser rápida e terminar antes que alguém entrasse na sala. Pior do que não ter um orgasmo é estar quase lá e ser interrompida.

Acelerei os movimentos enquanto me segurava para não gemer alto com as sensações, senti as contrações aumentarem e logo em seguida ele veio, maravilhoso, delicioso. Um orgasmo que me manteria saciada ao menos naquele momento. Eu ainda estava com a mão em minha intimidade quando ouvi a porta da sala do doutor Alfredo se abrindo. Era o cliente que estava indo embora. Tirei a mão rapidamente e sequei o excesso no tecido de minha saia. O homem me olhou de maneira estranha, não sei se ele viu alguma coisa, mas certamente que eu estava com a cara de quem havia acabado de gozar.

O homem que não fazia meu tipo se aproximou e se despediu me cumprimentando com a mão. Apertei sua mão com aquela mão que a poucos segundos estava em minha boceta. Ainda deveria estar com cheiro de xoxota. Me segurei para não rir, mas não tive tempo de lavar as mãos e não poderia me negar a cumprimentá-lo.

Antes de sair para o almoço, doutor Alfredo me chamou até a sua sala, ele queria me passar algumas informações que eu precisava saber para desempenhar meu trabalho com perfeição. Sentei em frente à sua mesa e cruzei as pernas propositalmente. Meu chefe sempre olhava para elas e também para minha blusa tentando ver algo mais no decote. Até hoje ele não teve nenhuma chance comigo. Primeiro porque ele não me atrai, segundo porque não quero me envolver com alguém que vejo todos os dias. Alfredo é casado e se eu me entregasse para ele, ia querer me comer sempre que possível. Repetir o mesmo pinto todas as vezes não me agrada. Gosto de ser fodida de todas as maneiras, mas por homens diferentes, não quero nenhum tipo de compromisso ou cobrança. Para mim o sexo tem que ser natural, espontâneo na hora que eu bem entender.

— Gostaria de almoçar comigo? — me perguntou pela centésima vez. Eu sabia de suas segundas intenções, mesmo que ele nunca tivesse me tocado, estava na cara que queria estar dentro de mim. Rejeitei mais uma vez — talvez outro dia, senhor Alfredo.

Eu sei que depois do almoço ele ia querer me levar direto para um motel, mas eu não precisava de um motel. Se quisesse poderíamos transar ali mesmo em sua sala. De repente, algum dia que eu estivesse muito necessitada, poderia até mesmo ter acontecido hoje, isso se eu não tivesse conseguido me aliviar um pouco antes.

Naquele dia eu havia combinado de almoçar com a minha amiga Priscila. Ela trabalhava em outro escritório perto do meu trabalho. Somos amigas desde os tempos de faculdade. Diferente de mim que não penso em me casar, Priscila namora Celso e os dois pensam em se casar em breve.

Saímos as duas no mesmo carro e acabamos no mesmo restaurante em que transei com o garçom. Uma indicação minha? Não! Isso foi apenas uma coincidência. Logo que entramos eu vi de longe o rapaz que também me viu e quase derrubou a bandeja que carregava. Escolhemos uma mesa perto de outras que também estavam vazias, assim poderíamos conversar à vontade. O rapaz fez questão de nos trazer o cardápio. Eu fiz de conta que nada havia acontecido entre nós, mas ele parecia não ter esquecido da nossa foda no banheiro. Deixou o cardápio e foi atender as outras mesas depois de me comer com seus olhos.

Devassa (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora