A luz no fundo da escuridão

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Ana On~

Ele me levou para casa depois de explicar á professora o que se estava passando.

-Em casa

Bruno: Quer me explicar o que se está passando?- fala me levando até ao sofá
Eu:Me abraça.- ele fez o que eu pedi e eu me senti protegida...que mais nada me podia fazer pior do que que já estava.
Ficamos ali abraçados,eu chorando e ele fazendo cafuné em meu cabelo até eu decidir contar.

Especial- Bruno On~

Eu estava segurando meu mundo...eu estava segurando Ana. Eu pude ver o desespero em seu olhos quando abri a porta da sala e a vi sentada no chão encostada aos cacifos e podia continuar a vê-lo agora.
Eu sabia que ela tinha problemas de ansiedade e que a melhor forma de a fazer sentir melhor era simplesmente abraçando, a fazendo sentir segura.

Ana:O meu irmão...ele morreu...
Ela já o tinha dito quando a abracei perto da sala mas ela não conseguia acreditar ainda.
Ana: Como é que eu não percebi que ele tinha depressão?...como?
A sua respiração estava acelerada
Eu:Ana, a culpa não é sua
Ana: É sim, Bruno... é...eu o conhecia melhor que ninguém mas eu não percebi que ele tinha depressão.
Eu: Amor,por favor,não se culpe...não tinha como saber...ele aparentava ser mentalmente saudável
Ana: Mas não era Bruno e eu não entendi isso.
Eu:olha para mim-segurei sua cara com as minhas duas mãos-a culpa não é sua...eu estou aqui para você. Se for preciso eu falto uns dias a faculdade,umas semanas...até você ficar bem. Eu quero estar com você no bem e no mal e se para isso eu ter que faltar á escola eu não me importo...eu só quero ver você bem
Ana: Eu te amo mais que tudo- falou me abraçando

Nos deitamos na cama e ficamos o resto do dia juntos. Cuidei dela o resto do dia com carinho e cuidado para não ferir ela nem com lavras nem fisicamente.
Agora,mais que tudo eu tinha de cuidar do meu mundo.

No dia seguinte ela quis ir na faculdade depois de muito teimar e eu a deixei. Estive com ela o dia todo para me certificar que ninguém lhe fazia mal. Por incrível que pareça,nem a Victoria lhe falou mal. Era como se ela soubesse o que era a perda.

Duas semanas depois ela estava bem...não a 100% mas estava bem melhor. A minha garota era forte...muito forte.

Bruno Off~

Ana On~

Depois de duas semanas meu coração já aceitou a perda. Ainda dói pensar que nunca mais o vou ver e que nem tive a oportunidade de me despedir. Nestas duas semanas visitei meus pais e eles mandaram ele para um cemitério aqui em Sorocaba por minha causa porque eu era a que melhor o conhecia e a que mais sofreu. O Bruno me levou várias vezes ao cemitério e a culpa de ele nunca ter conhecido o cunhado foi diminuindo,aos poucos.

Era mais um dia de faculdade
Avisei Victoria de longe. Fui ter com ela.
Eu: Oi
Victoria: Oi
*Estava esperando uma ofensa mas nada...*
Eu: Eu vim agradecer por você não me ter tratado mal
Victoria: Mas eu não te tratei bem
Eu: Mas não me tratou mal...porque?
Victoria: É...digamos que eu sei muito bem o que é perder pessoas que amamos...
Eu: Sinto muito...
Victoria: Eu também

A Catarina,o Lucas e o Bruno tem sido a melhor família que já tive.
E aos poucos eu a Victoria estávamos nos tratando melhor.

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