diecisiete

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@phil.coutinho narrando

Ela não falava nada.

O caminho foi silencioso o suficiente para quase me fazer desistir daquele jantar.

— Philippe Coutinho. – Eu disse para a moça a minha frente, que rapidamente apontou para dentro do salão do restaurante. Olhei para Ainêe e ela me estendeu sua mão.

Mesmo que assustado com o gesto, não demorei para segura-lá.

Caminhei para dentro do restaurante, vendo a recepcionista parada em uma mesa em frente a enorme janela que dava para o píer de Casteldefells.

Balancei a cabeça em um gesto de agradecimento e ela sorriu, deixando dois cardápios em cima da mesa, voltando logo para o seu posto.

— Aqui é lindo. – Ela disse finalmente enquanto encarava a janela ao nosso lado. O pôr do sol deixava tudo ainda mais bonito.

— Sim, e a comida daqui é melhor ainda. – Eu sorri.

— Por que está tentando fazer tudo isso? Mesmo depois de tudo o que você me fez? – Ela perguntou, sendo direta.

— Eu sei que fui egoísta em tudo o que te disse, e que fui mais ainda indo embora sem nem tentar te dizer nada. Mas eu precisava fazer aquilo, era o meu sonho, Ainêe. E você também sempre soube disso.

— É claro que sim, Philippe – Ela disse como se fosse óbvio, revirando os olhos em seguida – Não falo sobre seguir seu sonho. Falo sobre me trair em uma festa onde sua irmã estava, sabendo que sim, ela me contaria tudo no dia seguinte. – O quê ela estava falando ?

— Te trair? O quê? Que festa, Ainêe? – Agora tudo começava a fazer o mínimo sentido..

— Philippe, é sério. Deixa isso pra lá. – Ela disse passando a mão no rosto, pegando o cardápio logo em seguida.

O que a Carina havia feito dessa vez?

Eu sempre soube o quanto ela era falsa com Ainêe. Morria de ciúmes da minha amizade com ela, só não sabia que ela era capaz de tanto...

Sim, eu tentei, diversas vezes alertar a Ainêe. Mas com a carinha de anjo da Carina, quem acreditaria em mim?

— Philippe, e você? – despertei com Ainêe me chamando. – O que vai querer? – E só então percebi o garçom parado em frente a nossa mesa.

— um bife Bourguignon, por favor. E o seu melhor vinho. – Eu disse sem pensar muito, não era minha primeira vez ali. Ele apenas assentiu sorrindo avisou que o pedido estaria pronto em pouco tempo. Voltei meu olhar para Ainêe, que segurava o rosto com uma mão e encarava a janela ao nosso lado. – Ainêe, olha pra mim. – Pedi e ela virou me encarando, séria.

— Está tudo bem. É sério. Reconheço o seu esforço, mas vai ser em vão.

— Não, não vai. Nós ainda vamos conversar sobre isso só.. não vai ser agora. Eu não quero estragar esse jantar com nada que seja sobre a Carina, ou sobre o que ela fez com nós dois só, podemos deixar isso de lado por essa noite? – Perguntei e ela suspirou. Estendi minha mão como forma de selar um contrato. Ela sorriu, a apertando de volta.

Droga! Ela sorriu.

🌟

5/5

acabou o cu doce meusamigos amém
#VaiNêzinha

destiny • philippe coutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora