cuatro

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— Boa noite. – Eu disse entrando no quarto particular na ala pré operatório.
— Ainê. – Dona Esmeralda sorriu. Philippe fez o mesmo mas permaneceu em silêncio.
— Senhora, eu estou terminando a medicação. – Arthur, o enfermeiro residente avisou e eu sorri agradecendo.
— Obrigado Arthur. Assim que puder vá até minha mesa e pegue o prontuário do senhor Coutinho, por favor. – Disse e ele assentiu, colocando a bolsa de medicamento acima da mesa e saindo em seguida.

Voltei minha atenção para Philippe, pegando seu braço e amarrando o cordão de silicone, tentando encontrar uma veia para colocar o acesso e assim o medicamento.

— Está nervosa? – Perguntou baixo e eu olhei em seus olhos.
— É o meu trabalho, eu não fico nervosa nunca. – Disse apalpando seu braço. Ele riu abafado.

Soltei seu braço e fui até a mesa, pegando algodão embebido em álcool, o acesso e o medicamento, colocando em um carrinho e voltando para ele.

— Não precisa ficar tensa enquanto estivermos pertos um do outro, Nê. – Ele disse e eu ri, debochada que sou.
— Eu não fico tensa, Philippe. – Disse, furando seu braço e vendo o sangue descer para o acesso. Inseri a bolsa de soro e soltei o cordão de silicone quando vi que o soro estava indo para sua veia. – Eu fico com raiva. – Finalizei. Ele riu novamente.
— Senhora Ainê. – Arthur entrou no quarto com o prontuário do Philippe na mão e eu sorri em agradecimento.
— Muito obrigado Arthur. – Ele assentiu, saindo. – Você opera em 4 horas, e por isso cabe a mim te dizer sobre as recomendações que você deve tomar durante sua recuperação. – Comecei a falar e vi ele e dona Esmeralda assentir. Ela estava mais atenta do que ele, que me encarava com luxúria. – Em um mês após a cirurgia você deverá iniciar com os exercícios fisioterapêuticos. Deverá e necessitará de cuidados hospitalares por no mínimo seis meses. Te recomendamos uma enfermeira particular, caso não queira permanecer no hospital.
— É sério isso? Pensei que fosse só um ossinho. – Ele disse entediado.
— Um ossinho para um jogados de futebol pode acabar com a carreira. – Disse séria. – São recomendações da ala ortopédica, e eu te aconselho a seguir.
— Sim senhora. – Ironizou levantando os braços em redenção.
— Alguns medicamentos serão passados a você assim que receber alta. Medicamentos esses que junto com a fisioterapia serão de suma importância para a sua recuperação. – Disse e eles assentiram.
— Que bom que viemos ao hospital certo, Ainê. – Dona Esmeralda disse e eu sorri.
— Estão no melhor hospital de Niterói, posso garantir. – Sorri.
— Com a melhor enfermeira também. – Philippe sussurrou e eu fingi costume.
— Eu volto assim que acabar o medicamento, mas qualquer coisa é só apertar este botão ao lado da sua cama, e um enfermeira vem avaliar você. Tudo bem? – Perguntei e eles assentiram, apenas. – Ótimo. – Disse me virando para a porta.

Voltei para a enfermagem, vendo-a um tanto quanto cheia.

— Porque não meu chamaram? – Perguntei para Arthur e Lívia
— Estamos dando conta. E você sabe que não podemos chama-la quando estiver com paciente especial. – Lívia disse.
— Tem outras enfermeiras, principalmente da ala ortopédica que podem cuidar dele, Lívia. Vocês são meus residentes, tenho que ajudar vocês.
— Não se preocupe com a gente. Aliás, Senhor Coutinho exigiu que fosse você, a única enfermeira a cuidar dele enquanto ele estiver aqui.

destiny • philippe coutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora