Veintenueve

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Eu havia acabado de chegar ao estádio e estava a procura do meu lugar.

O encontrei ao lado de Helena.

Era uma das poucas pessoas que eu conhecia aqui. Seu marido também jogava no Munique, mas não me pergunte quem era. Eu ainda não havia decorado nome algum.

- Ainê. - Ela sorriu confortável e eu retribui sincera.
- É bom te ver, Helena.
- Soube que hoje é seu aniversário. Meus parabéns. - Eu sorri.

Nem eu me lembrava disso. Deve ser porque bom, o meu namorado também não se lembrava.

- Muito obrigada. Eu nem me lembrava disso. - Disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Eu sei o que disse a duas semanas. Mas agora eu sabia qual era a sensação de não ter atenção de quem eu mais queria receber.

- A vida de mulher de jogador não é fácil, Ainê. A maioria das vezes, mesmo sem querer, o sonho deles tomam forma prioritária em nossa vida. - Ela disse e parecia que estava desabafando comigo. - Não que não se torne os nossos sonhos, é claro. Mas... Bom, você me entendeu, não é? - Ela perguntou afoita e eu ri enquanto assentia.

- Eu te entendi, Helena. E acho que não senti tanto isso no início porque, eu estava vivendo algo bom pra mim também. E desde que chegamos aqui, eu vivo apenas em função dele. E a maioria das vezes estou sempre sozinha. Eu não o culpo, escolhi viver isso com ele. Só acho que a ficha está caindo agora.

- Relaxa. Irá cair rápido. E você não irá se arrepender da escolha que fez. Confie em mim.

Eu apenas assenti concordando.

Eu não sentia arrependimento nenhum só dia por ter decidido segui-lo.

Eu não sabia quais eram os propósitos do destino para mim e para o Phil, mas não podiam ser menos do que incríveis.

Estávamos aqui agora, depois de tantos anos, eu finalmente havia entendido que para algumas coisas, abrir mão de outras sempre será necessário.

Tudo tem o seu bendito tempo, e foi graças a este tempo que nós amadurecemos e estamos aqui.

Estamos juntos!

Independente do lugar, do motivo, das consequências.

Nós estávamos lá um para o outro.

E permaneceriamos.

Por mais difícil que pudesse ser.

[...]

Deus braços estavam envoltos em meu ombro enquanto seguíamos para fora do estádio e de vez enquando ele olhava para mim sorrindo.

- Philippe Coutinho, o que você está aprontando? - Perguntei pondo as mãos na cintura e ele me encarou incrédulo.
- Como você sabe? - Ele questionou e eu ri.
- Você não sabe esconder as coisas Philippe. Anda, desembucha.
- Reservei uma mesa pra gente hoje, em um restaurante muito bom aqui. Vai ser bom para conhecermos o lugar. - Ele disse e eu assenti animada.

Sabe a quanto tempo eu não tinha um tempo assim com ele?

- Eu vou adorar. - Disse, e abri a porta do carro, entrando em seguida.

Ele entrou, e sorriu, ligando o carro.

Enquanto ele dirigia eu encarava suas feições e suas tatuagens no pescoço. Coloquei minha mão no lugar, fazendo com que ele me olhasse, sorrindo.

- Eu amo você. - Ele disse, enquanto colocava a mão em minha coxa.

Eu sorri.

Não havia o que dizer.

Ele sabia que, tudo entre nós, era recíproco. Era intenso.

Tudo era nós. Sempre nós.

destiny • philippe coutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora