3- Momento Nada Constrangedor

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Música: Camila Cabello - My oh My
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Marinette PoV

Assim que cheguei em casa meus pais me abraçaram preocupados. Disseram que Alya havia levado minha mochila, mas que não sabia onde eu estava. Falei para eles que havia me escondido fora da escola, mas em um lugar perto, e que estava cansada por correr, então iria dormir.

Me despedi de meus pais, e subi para meu quarto.
Fiz tudo. Tomei um banho, vesti um pijama, e até deitei na cama. Mas não consegui dormir.
Não por que eu queria, mas sim porque não conseguia de verdade. Aquele gato preto não saia de minha mente.

Chat não ter vindo me ajudar havia sido a maior bomba do dia. Pela primeira vez ele fez muita diferença.. Não na luta, mas em algo que eu não sabia explicar. Eu o queria lá! Queria vê-lo...

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Adrien PoV

Depois de várias consultas com médicos particulares da família Agreste que Natalie me obrigou a fazer. Apenas pude ter um momento de paz quando o último médico falou que eu estava bem, mas teria que ficar de repouso e sem interrupções. Então uma cozinheira deixou alguns pratos de comida no quarto, e saiu.

- Essa foi por pouco. - Plagg disse assim que fechei a porta do quarto.

- Como assim?

- Não sei. Não é esse o tipo de coisa que as pessoas falam nessas horas? - disse e deu de ombros. - Agora meu camambert. Cade?

Suspirei em rendição e me joguei na cama.
- Na gaveta. -falei antes de afundar totalmente minha cabeça no travesseiro.

Depois de alguns minutos, que mais me pareceram horas, não aguentei mais ficar parado.

- Vamos até a casa da Mari. - falei e Plagg olhou assustado para mim.

- Você não pode!! Não lembra?? "Repouso e sem interrupções"!! - falou enquanto imitava o médico.

- Mas eu quero ir vê-la!

- Mas eu acabei de comer meu queijo!!! - falou de modo manhoso.

- Não importa!! - falei e ouvi um suspiro vindo de Plagg. - Mostrar as garras! - falei e logo em seguida pulei janela a fora.
Mais rápido do que eu imaginei, eu havia chegado a casa de Mari.

Me agachei para poder ver através da pequena porta no chão e não consegui ver nada. Imaginei que ela não estivesse no quarto, então entrei.
Assim como da última vez, olhei ao redor e não pude ver ninguém, como o esperado.

Mas ao olhar pra cima, vi uma Marinette deitada em sua cama, virada de costas para mim.
Ela parecia dormir de modo leve, e sua camiseta estava um pouco desajeitada. Dando para ver um pequeno pedaço de suas costas.

Senti meu rosto queimar com os pensamentos que me invadiram, e tentei afasta-los o máximo possível.
Mas nessas minhas tentativas falhas, acabei batendo o pé no divã de Marinette, que acordou e se virou para onde veio o barulho, ou seja, para mim.

Seu cabelo solto caiu por seus ombros, e ela após ver do que, ou quem, se tratava, rapidamente concertou sua camiseta, que estava com uma alça caindo de seu ombro.

- O-o que faz aqui?? - perguntou surpresa.

- N-nada de mais, princess. - falei virando o rosto e coçando o nuca. - Apenas pensei em passar por aqui... Não pude ir ajudar my lady hoje, e me sinto culpado por isso.. Pensei em dar uma volta, e acabei parando aqui.. - falei enquanto sentia meu rosto queimar. Não era totalmente mentira.
Virei meu rosto lentamente em sua direção. Tudo que falei parecia uma confissão de amor, e isso me atingiu como uma bala perdida.

- A-ah.. - ela disse. E colocou a parte do seu cabelo, que cobria seus olhos, para trás de sua orelha. - E-então... Eu desço ou... V-você vem a-aqui?.. - disse por fim e pude ver seu rosto mais vermelho que nunca.

- N-não precisa descer.. - comecei a andar em direção a escada que dava para a cama.
Assim que subi, Mari se afastou um pouco, me dando espaço para deitar junto a ela. Já que a cama ficava no alto, não teria como eu me sentar sem que minhas costas não ficassem curvadas.

Me deitei ao seu lado, mas apoiei minha cabeça em minha mão, para que eu pudesse vê-la melhor.
Mari se virou seu rosto e ficou me olhando nos olhos, antes de corar e passar a encarar o teto, como se desejasse sumir.
Não pude evitar de sorrir, ela ficava linda desse jeito...

- E-então... Ladybug. Não é?.. - ela olhou de relance para mim, e depois voltou a encarar o teto.
Me deitei por completo, e também passei a olhar o teto.

- Não pude ir ajuda-la... Ela deve estar mal por isso... - falei e um silêncio meio perturbador reinou por uns segundos. - Provavelmente ela irá me amarrar na torre Eiffel por uma tarde inteira, como castigo. - falei e ri de modo anasalado pensando nessa possibilidade.

Marinette não me deu uma resposta, então a olhei. Ela continuava encarando o teto, mas sorria.
Me virei para ela.

- E você Mari? - ela olhou para mim, surpresa.

- Eu o que?

- Não sei. Diga algo, qualquer coisa. - ela olhou mais uma vez para o teto e pareceu pensar, para depois voltar a olhar para mim.

- Não acho que tenho algo especial para falar. - disse em um tom tristonho. Continuei a olhando, não sabia o que falar, então esperei que ela falasse. - Para falar a verdade... Estou confusa sobre algo, mas não quero falar sobre... - suas bochechas ficaram vermelhas.

- Tudo bem.. - falei e hesitei um pouco ao levar minha mão a sua cabeça. - Não precisa me falar se não quiser. Eu entendo... - fiquei passando meus dedos por seus cabelos, minha mãe fazia isso quando eu era pequeno. E eu sempre me acalmava depois de um tempo. Era relaxante...

Como resposta, ela se ajeitou melhor na cama. Fazendo com que ficasse mais próxima de mim, com sua cabeça na linha do meu pescoço. não tirei minha mão de seus cabelos. Mesmo com seu rosto corado, ela não parecia incomodada com isso.
Passamos a nos encarar, e por mais estranho, ou constrangedor, que isso parecesse... Não parecia estranho, e muito menos constrangedor, para nenhum de nós.

Faces Escondidas - Miraculous (Shot Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora