Decidi que preciso voltar

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*Luan on*

Retomei a vida por aqui, mas estou insatisfeito. Gosto de poder ajudar o John mas não sinto um pingo de sentimento de amor entre casal com ele. Só admiro uma bela amizade e o carinho dele só isso. Preciso voltar para o meu Paulo. Ele precisa de mim e eu dele mais que nunca. Cada vez que essa maldita distância me machuca mais começo a sofrer. Tenho uma inquietação, uma vontade de fugir mas por enquanto não posso. Estou atado a ficar mais um tempo por aqui até explicar para o Jonathan sobre o Paulo.

A tarde aqui estava fria e chuvosa, e então Jonathan entrou no meu quarto com uma roupa de banho todo sorridente.

- Amor, você não vem para o lanche da tarde?? Estou deveras faminto e quero sua presença amor. - disse ele vindo me acariciar com o seu rosto.

Tentei me afastar mas não consegui conter a força dos seus enormes e sufocantes beijos que em minha boca só tinha culpa é ressentimento. Descemos nós dois juntos e fomos tomar o café. Fiquei pensando em Paulo muito esses dias...me faz falta ele. Não sei como está, se acordou ou dorme do coma... fico inquieto a cada dia aqui. Aqui sentado na mesa via Jonathan me olhando com ternura. Expressava um sentimento de pena a ele. Seu semblante ficou triste. Eu era realmente um desgraçado! Invés de ter dito a ele que não o quero mais e ir embora atrás de meu amor verdadeiro, continuo aqui atado num vespeiro de tristeza.

- Luan! Luan! Acorde! Parece estar no mundo da lua, meu amor. - disse Jonathan a mim.

- Jonathan, preciso ter uma conversa séria com você. - disse eu, firme.

- Prossiga. - respondeu.

- Eu sinto muito... Mas cheguei a conclusão que não amo você. Fico muito agradecido por todos esses anos no qual fiquei com você, mas estou insatisfeito com essa relação que se acabou com o tempo. Vou voltar a Riocuervos viver ao lado do meu verdadeiro amor. - finalizei.

Jonathan riu. Não conseguia acreditar naquela história. Fiquei mais sério do que já estive e o seu semblante caiu.

- Se é assim que você quer, tudo bem. - disse ele. - Mas saiba que você não sairá tão fácil da minha vida e nem eu da sua. - disse ele num modo ameaçador.

- Me poupe de suas estapafúrdias ameaças, Jonathan. Você não tem ninguém além da sua carência e cinismo ridículo ao qual eu atirei há anos! Chega com essa palhaçada! - falei sem remorso.

Guardei minhas roupas nas minhas duas malas e peguei o carro para o aeroporto da cidade. Depois de tanto tempo iria voltar pro lugar onde eu estaria bem... outra vez. Peguei a passagem de ida para Riocuervos esta tarde. Mandei uma mensagem para Milena que estava passando uns dias no chalé da família dela.

Eu: Milena?
...
Milena: Oii migo!
...
Eu: Estou voltando para Riocuervos.
...

Ela não me respondeu mais. Estranhei a atitude dela em relação a isso, mas acho que estava ocupada. O avião que ia pra Riocuervos demorou uns 35 minutos mas chegou finalmente.

Cheguei a Riocuervos no início da noite pois o avião parou em alguns aeroportos para carregar. Fui para o apartamento de Paulo com um táxi. Chegando lá, subi as escadas, e bati na sua porta. Ouvi uns passos, e não podia acreditar no que via. Paulo bem e saudável. Tô tive tempo de abraçá-lo antes dele se afastar de mim.

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