Capítulo 130

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- Eu posso só perguntar algo primeiro? - A Anne pergunta . 

- Não. - O Harry está zangado. 

Eu ficaria tão zangada quanto o Harry se a minha mãe não confiasse em mim. Principalmente num caso destes. Talvez ela deveria ter feito como a Gemma, não julgar antes de conhecer. 

- Tudo bem. - Ela encosta-se mais para trás no sofá. 

Acho que deve de ser eu a começar a falar. O Harry está zangado demais e se falar não vai explicar tudo direito. No estado em que a Anne está ela vai precisar de pormenores. Por minutos quero ligar ao Niall e perguntar-lhe como ele contou ao meu pai. Assim seria mais fácil. 

- Eu comecei a sentir-me mal há uns tempos. - O Harry começa.

Quero explicar as coisas para não haver perguntas da parte da Anne, isso só ia irritar o Harry, mas deixo-o falar. Acho que ele sente essa obrigação. 

- Queria controlar, totalmente, a Luna, mas contrariei-me. - Ele continua. - Primeiro procurei o Liam; Depois ele aconselhou-me um psicólogo. Eu fui a ele. Tive uns dias controlado, mas na noite em que a Luna mudou-se de vez para cá, foi o cúmulo. Eu quase a violei, bati-lhe. Se ela não conseguisse chegar ao telemóvel, nem sei o que lhe poderia ter feito. 

Afinal o facto de ele não contar pormenores é muito melhor. 

- O psicólogo do Harry falou comigo e eu decidi ajudá-lo, como é óbvio, eu amo-o. Esta doença não nos vai afastar nunca. - Ele sorri amavelmente quando pego na sua mão e faço um carinho. 

- Oh filho, desculpa-me. - A Anne agarra-se a ele a chorar. 

Deve ser difícil para uma mãe ver que o seu filho têm essa doença. Eu afasto-me e fico olhando o modo que a Anne chora nos braços do seu filho. A Gemma dá-me um abraço caloroso e eu também quero chorar. 

- Está tudo bem mãe. - Ele resmunga a sorrir. - Eu vou ficar bem, apenas não me julgues por algo que não tenho culpa. 

- Sabes filho, tens de lutar. Lutar por ela que te ama incondicionalmente, lutar pelo vosso futuro. Prometes-me que nunca vai desistir? 

Ela têm as suas mãos espalmadas nas bochechas. 

- Óbvio que prometo. - Ele revira os olhos divertido. - Eu vou ficar bem. 

- Posso perguntar o que se passou hoje? - Ela senta-se ao lado dele. 

- Mãe. - A Gemma chama-a a atenção. 

- Desculpem, Luna podes chegar ali? - Ela pede e levanta-se. 

O Harry vacila e ela percebe perfeitamente. A Anne caminha para a cozinha e a Gemma senta-se ao lado do Harry. Acho que eles precisam de conversar. Vejo como o Harry acalma-se quando ela abraça-o, aproveito o momento e sigo a Anne. 

Entro na cozinha e fecho a porta. 

- Sim? - Pergunto e balanço os pés. 

- Muito obrigada Luna, eu não fazia ideia que isto poderia acontecer com o meu filho. Sei todos os sintomas daquela doença, sei perfeitamente que se o deixasses ele poderia matar-se. Eu nunca vou poder agradecer-te pelo que estás a fazer. Eu, admito, que pensei até agora que ele só tinha uma paixoneta por ti, uma coisa simples. Mas a maneira como ele contou-me tudo o que se passou eu vi arrependimento nos olhos dele; Eu vi o quão apaixonado ele está por ti e só quero que esta fase má desapareça. - Ela desabafa. 

- Não têm que agradecer, eu faço isto por mim e por ele. Eu amo-o e sei que esta fase vai passar. - Estou a sorrir, as coisas parecem tão fáceis agora. 

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