Capítulo 34

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Um mês depois

Maya☄

Maya: Como foi o dia de vocês hoje?

Gabi: Uma merda..

Emilly: Cês acredita que um menino da minha sala veio me chamar de favelada? Aquele playboyzinho de merda.

Gabi: E tu fez o que?

Emilly: Eu dei um soco na cara dele, e agora a diretora disse que eu só entro com a minha mãe.- gargalhei.

Maya: Emilly, você é maluca?

Emilly: Ele que é maluco, vindo desrespeitar a quebrada! Que isso?

Gabi: E agora, tu vai falar com a sua mãe?

Emilly: Vou ter que falar, mas não dá em nada.

Maya: Mais tarde a gente se fala, tchau.- falei abrindo o portão.

Gabi: Tchau.

Emilly: Tchau.

Entrei em casa vendo minha mãe na cozinha e joguei minha bolsa no sofá.

Maya: Oi mãe.

Vic: Oi filha.

Lavei minha mão e peguei um prato que tava em cima da mesa.

Vic: Sua vó tá no Brasil, vou ir ver ela hoje. Quer ir comigo? - falou olhando eu colocar a comida no prato.

Maya: Quero! A última vez que eu vi ela eu tinha nove anos.

Vic: Ela demora muito pra vim no Brasil.

Maya: Mãe, você sente raiva dela? - dei um gole no meu suco.

Vic: Não, por incrível que pareça não guardo rancor nenhum da sua vó.

Maya: Ah, e do meu vô?

Vic: Do seu vô também não, não sou de guardar rancor de ninguém! Prefiro viver em paz.

Maya: Eu não guardo rancor, mas também não tenho Alzheimer.

Lavei o prato que eu sujei e subi pro meu quarto.

Hoje até que tava um pouco frio, o que é raro aqui no Rio.

Tomei um banho quentinho e vesti uma calça jeans, um cropped, e um moletom da gucci que é do Renan.

Fiz um coque frouxo no meu cabelo e depois calcei meu tênis.

Vic: Vamos? - apareceu na porta.

Maya: Vamos, só vou pegar o dinheiro pro uber.

Vic: Não precisa, sua vó mandou um carro pra levar a gente.- falou guardando o celular na bolsa.

▪▪▪▪

Mariane: Querem mais chá?

Desde a hora que a gente chegou aqui essa mulher tá socando chá na gente, será que rico só toma chá?

Vic: Não, obrigada.- sorriu.

Mariane: Como minha netinha tá grande, a última vez que eu te vi você era uma criança ainda.- sorri.- Sabe minha filha, eu tava pensando se você não deixaria a Maya ir fazer uma viagem comigo.

Maya: Não! - falei alto e ela me olhou.- é melhor não, tenho que estudar, essa coisas sabe?

Mariane: Uma viagem de uns dez dias não tem problema né?

Vic: O pai dela não deixa, ele é grudado demais na Maya.

Mariane: A o ogro né? - encarei ela.- deixa ela passar um tempinho com a vovó.

Maya: Tá querendo recompensar o tempo perdido com a minha mãe comigo é? Rola não, tô bem.

Vic: Não é isso Maya.

Mariane: É só pra você sair um pouco da mesmice, seria bom você sair um pouco daquela favela.

Maya: Eu tô muito bem na minha favela tá? Não preciso sair pra lugar nenhum.- levantei.- vamo mãe?

Vic: Vamos, já tá na hora.- levantou também.

Mariane: Mas já?

Vic: Eu tenho umas coisas pra fazer e a Maya vai me ajudar, qualquer dia aparece lá.- foi em direção a porta e eu segui ela.

Mariane: Muito obrigada pela visita, pensa bem na proposta minha filha.- alisou meu rosto.

Minha mãe se despediu dela e depois eu me despedi também.

Já não tava aguentando mais.

Maya: Mãe pq você convidou ela pra ir na nossa casa?

Vic: Relaxa, eu convidei pq eu sei que ela não vai.- entrou no carro e eu entrei junto.

O motorista entrou no carro e pegou o caminho de volta pra maré.

Crias da MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora