A contaminação pelo freudianismo
Tem sido fascinante ver a reação dos leitores ao livro Temperamento controlado
pelo Espírito. Todo ser humano tem grande interesse em saber “o que realmente
o faz funcionar”, razão pela qual a psicologia é matéria preferida por grande
parte dos estudantes universitários. A explicação da Teoria dos Quatro
Temperamentos sobre as motivações do comportamento humano faz sentido
para muitas pessoas. Donas de casa, estudantes, universitários, pastores,
profissionais liberais e pessoas de todo tipo de vida facilmente se enquadram em
um dos tipos.
Soubemos que pessoas que trabalham em aconselhamento, pastores e
psicólogos recomendaram o livro a seus clientes. Um psicólogo cristão,
conhecido em todo o país, recomendou-o em todos os lugares dos Estados
Unidos. Diversos professores de psicologia em faculdades cristãs têm usado esse
livro em seus cursos, e tenho sido convidado para falar sobre o assunto.
A reação dos psicólogos e psiquiatras não cristãos tem sido menos entusiasta,
mas já se esperava essa atitude. Em primeiro lugar, porque a Teoria dos Quatro
Temperamentos não é compatível com as ideias humanistas em voga; em
segundo, porque os psiquiatras, não crendo em Deus, rejeitam, em princípio, o
poder do Espírito Santo na cura das fraquezas humanas. Tal linha de pensamento
influencia fortemente a reação à ideia dos quatro temperamentos. Fiz uma série
de palestras para cerca de mil universitários norte-americanos, reunidos em um
seminário de duas semanas. A primeira sessão foi uma explanação geral da
Teoria dos Quatro Temperamentos. Logo que acabei de falar, diversos jovens
esperavam por mim, armados de muitas perguntas. Quase todos eram estudantes
de psicologia. Suas principais objeções resumiam-se em: “O senhor simplifica
demais as coisas” ou “Suas respostas são muito simplistas”.
A resistência deles era compreensível. Estavam muito envolvidos no processo
de aprendizagem das complexas soluções para os problemas atuais da forma
como nossos educadores os veem — não porque as respostas aos problemas do
homem sejam tão intricadas, mas porque os formuladores dos currículos
universitários têm rejeitado a Bíblia e a simples cura de Deus para os problemas
do homem. Consequentemente, restam-lhes soluções muito envolventes. O triste
é que, como o tempo não parece tornar válidas aquelas soluções, a frustração os
leva à busca de outra resposta qualquer, contanto que seja mais complicada.
Chegou a hora de alguém mostrar que a psicologia e a psiquiatria estão
construídas principalmente sobre o humanismo ateísta. Darwin e Freud
moldaram o pensamento do mundo secular a ponto de fundamentar sua estrutura
mental sobre duas premissas: 1) Não há Deus — o homem é um mero acidente
biológico; 2) O homem é o ser supremo, com capacidade para resolver por simesmo todos os seus problemas. Em estudos de filosofia aprendi que “a validez
de uma conclusão depende da exatidão de suas premissas”. Como existe
realmente um Deus, a premissa principal dos humanistas está errada; portanto,
não se pode esperar que suas conclusões sejam válidas.
Uma grande parte do mundo atual se curva perante o santuário da psicologia e
da psiquiatria. Considerando que o homem precisa ter alguma fonte de
autoridade que empreste crédito àquilo que ele diz, os secularistas de hoje citam
em geral algum eminente psicólogo. O fato de que essas autoridades muitas
vezes se contradizem, geralmente não é mencionado.
Não me levem a mal. Não estou procurando ridicularizar os eruditos. Apenas
chamo a atenção para o perigo de os cristãos serem enganados pela “sabedoria
deste mundo”. Temos de reconhecer que “a mensagem da cruz é loucura para
os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de
Deus” (1Co 1:18). O fato de as pessoas possuírem diplomas não significa que
estejam certas. Um rápido exame pelos grandes filósofos do mundo mostraria
que cada um desses brilhantes eruditos sempre discordou dos outros famosos
filósofos que os antecederam. O estudo da filosofia é em geral muito confuso
justamente por ser muito contraditório. As experiências e novas descobertas
sempre desacreditaram os grandes pensadores do passado. Em contrapartida, os
cristãos têm a segurança de aferir a exatidão das premissas e das conclusões dos
homens: a Palavra de Deus! O homem está certo ou está errado, conforme
concorde ou discorde da Bíblia!
Uma estudante do último ano de psicologia procurou-me logo depois de ouvir
uma das palestras que proferi em um seminário e disse-me: “Tenho de confessar
que senti uma resistência tremenda a suas opiniões depois da primeira palestra. O
senhor contradisse muitas coisas que eu aprendi, mas, ao escutá-lo, reconheci
que a Bíblia realmente tem as respostas para os problemas do homem. Muito
obrigada. O senhor foi uma bênção para minha vida”. Espero que essa jovem e
muitos outros tenham aprendido que não há nada de errado em estudar e usar os
princípios válidos da psicologia, da psiquiatria ou de qualquer outra ciência, desde
que os tornemos válidos pela Palavra de Deus.
Quando falei em uma conferência de casais no lindo Forest Home, nas
montanhas de San Bernardino, na Califórnia, havia um psicólogo assistindo
àquela série de sete palestras. Eu estava muito curioso para saber sua reação, já
que sua expressão fisionômica nada demonstrava. Durante a última refeição,
tivemos oportunidade de conversar. Ele me disse que trabalhava em
aconselhamento havia 25 anos. Alguns meses antes, aceitara a Cristo como seu
Salvador e Senhor. Aos poucos, ele se decepcionara com suas técnicas e os
conselhos que dera durante tantos anos. Viera à conferência para ver se alguém
poderia oferecer-lhe novas e melhores ideias. Concluiu então: “Estou voltando
para casa com duas impressões bem claras: primeiro, é que a Bíblia tem as
respostas para todos os problemas do homem; segundo, é que elas são, na
verdade, bem simples”.
Os quatro temperamentos parecem ser aceitos pelos cristãos porque são
compatíveis com muitos conceitos das Escrituras. Da mesma forma que a Bíblia
ensina que todos os homens têm uma natureza pecaminosa, os temperamentos indicam que todos têm suas fraquezas. A Bíblia nos ensina que o homem é
constantemente assediado pelo pecado, e os temperamentos destacam esse fato.
A Bíblia diz que o homem possui uma “velha natureza”, que é a carne, melhor
dizendo, “carne-corruptível”. O temperamento é composto de tendências natas,
parte das quais são fraquezas. A classificação dos quatro temperamentos não é
ensinada categoricamente na Bíblia, mas os estudos biográficos de quatro
personagens bíblicos demonstrarão os pontos fortes e as fraquezas de cada um
dos temperamentos. A Bíblia mostra que só é possível alcançar o poder para
vencer os defeitos quando se recebe a Jesus Cristo pessoalmente como Senhor e
Salvador, entregando-se por completo a seu Espírito.
Um psicólogo, meu amigo, informou-me que há cerca de doze ou treze
diferentes teorias da personalidade. A Teoria dos Quatro Temperamentos é
provavelmente a mais antiga, e muitos cristãos consideram-na a melhor. Não é
perfeita, assim como nenhum conceito humano. Porém, ajuda a pessoa comum
a examinar-se por meio de um processo sistematizado e melhorado durante os
séculos. A teoria não responderá a todas as dúvidas que você tenha sobre si
mesmo, mas propiciará mais respostas do que as outras teorias. Ao estudá-la, ore
agradecendo a Deus pelo acesso a uma fonte de poder capaz de mudar sua vida,
transformando-a no que você e Deus querem que ela seja.
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Temperamentos Tranformados
Spiritual"Deus não está tão interessado em mudar as circunstâncias, como em transformar as pessoas" ¹ O livro aborda a teoria dos quatro temperamentos (Sanguíneo, colérico, Melancólico e Fleumático) através de um ponto de vista Bíblico. O autor reuniu um est...