Salva Pelo Amor

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Uma sensação completa de liberdade tomou conta do coração de Brigitte pela primeira vez, durante aquele jantar. Não somente o jantar divertido influenciou nesse sentimento, mas, a tarde maravilhosa ao lado de Fabrizio, a preocupação e cuidados verdadeiros que via no olhar da sua família, por eles dois e também a sensação de cantar feliz novamente e até ser admirada por isso, ao invés de se sentir julgada e desconfortável.

Após o jantar, a família santori se despediu dos amigos, todos se abraçavam e beijavam calorosamente, na chegada e na despedida e ela já estava acostumada com esse contato.

De volta ao lar aconchegante da fazenda, Brie dormiu tranquila, não sozinha em seu chalé, como das outras vezes, mas, ao lado de Fabrizio, que a acompanhou até a porta, como sempre fazia e foi ridiculamente seduzido para permanecer por lá.

Foram acontecimentos intensos, apesar disso, Brie se sentia bem ao lado de Fabrizio, pela primeira vez ela conseguiu ter a certeza de que tudo isso iria se resolver, porque ele estava ao seu lado e a ajudaria, ele sempre a salvava de tudo.

Com esse pensamento, ela se aproximou ainda mais do seu corpo adormecido e enterrou o seu rosto em seu pescoço quente, até que tudo o que ela respirava era o cheiro dele e tudo o que ela sentia era o calor daquele corpo, que a envolvia como se ela fosse a sua propriedade, mesmo enquanto dormia, ele não a soltava.

Quando ouviu a batida na porta pela primeira vez, Brie pensou ter sido apenas uma impressão sua, mas quando o Barulho voltou a se repetir, achou estranho. Ninguém nunca a incomodava em seu chalé tão cedo, a não ser Fabrizio, o que não era realmente um incômodo, porém, nesta manhã ele estava alí com ela e os seus pais estavam bem cientes disso, então, para estarem alí tão cedo, algo importante deveria ter acontecido, seria algum problema na fazenda?
Quando se preparava para se levantar para atender ao chamado insistente, Fabrizio também acordou com as batidas.

- o que está acontecendo?– perguntou igualmente confuso.

- eu não sei, mas tem alguém batendo na porta e parece bem insistente. Estava me vestindo para ir atender.

- oh, não, vista-se com calma, deixe que eu vejo o que houve. Deve ter acontecido alguma coisa.

Levantando rapidamente, sem aguardar resposta, Fabrizio vestiu a calça e desceu rapidamente, enquanto ainda fechava o zíper, para atender ao chamado. Seu pior pensando era de algo tivesse voltado a acontecer com o seu pai.

Ao abrir a porta deparou-se com Antonella, já devidamente vestida para o dia a dia, o que significava que não era tão cedo como pensou, talvez tivesse perdido a hora na noite, acordado a maior parte dela, ao lado de Brie. Mas, isso não explicaria a expressão preocupada da sua mãe.

- mama, aconteceu alguma coisa com o papai?

- mi amore, na verdade o seu pai está ótimo, mas tem um outro pai que não está aparentemente nada feliz em nossa sala, ele me parece bem assustador na verdade.

- como assim?

- é a mesma pessoa que ligou procurando falar com a Brie, ontem, enquanto vocês dois estavam fora, e está agora na nossa casa dizendo que é o pai dela e que veio buscá-la.

– o meu pai está aqui?– perguntou Brie, chegando na pequena sala do chalé naquele exato momento. Seu pai nunca fez isso antes, e já tinha passado muito mais tempo viajando sem dar notícias do que o tempo que passou na Toscana. - avise que já estou indo, por gentileza.

Naquele instante, todas as suas dúvidas voltaram a incomoda-la, e as lembranças invadiam sua mente sem controle.

Ele era realmente o seu pai?