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Brie sentou-se a mesa, ao lado de Fabrizio, onde a mãe dele já tinha preparado o seu lugar e timidamente começou a comer se sentindo observada. Mal havia mordiscando um pão caseiro delicioso, quando um senhor entrou na cozinha, sorrindo alegremente e falando alto.

- mama mia, mas parece um anjo comendo na minha mesa- disse o senhor que também era bem alto e pelos traços, Brie logo concluiu ser o pai de Fabrizio. Assim como a mãe dele tinha feito, ele a puxou pra um abraço caloroso e sem escapatória e não lhe deu nenhuma chance de tentar justificar sua estadia alí.

Depois de abraça-la, ele sentou-se satisfeito, na ponta da mesa e ela também fez o mesmo, sentindo-se enrubescida com todo aquele mal entendido, que parecia não adiantar tentar justificar.

– esse é o meu pai, Geovane santori.–disse Fabrizio quando todos estavam sentados, ele também parecia sem jeito, diante da reação dos pais à presença de Brigitte com eles.

- dá pra ver que você não é daqui. De onde vem meu anjo?- perguntou a mãe de Fabrizio e a atenção dele também estava dedicada a sua resposta.

- sou inglesa. Vim passar férias aqui. Sempre ouvi falar que era um país Alegre e acolhedor. Acho que eu estava precisando de uma dose dessa alegria italiana.

- pois, tenho toda certeza que você encontrará o que deseja. Acho até que já começou bem.– disse com um risinho, olhando dela para Fabrizio.–Está hospedada aqui por perto?

- estou no four Seasons Firenze, mas, não sei se é tão perto assim.– e realmente não sabia, já que havia adormecido na noite anterior e até agora não sabia precisamente onde estava.

- então, ainda bem que veio a Cortona, Não é tão movimentada como Florença, mas, há muito o que se vê aqui também. E o clima é muito romântico! Pretende ficar por aqui, não é?

"Bom, então estava em cortona"– pensou, sem mudar sua expressão.

- na verdade, eu acho que gostei muito daqui também. O clima e a vegetação são realmente maravilhosos, Mas, eu teria que pegar minhas coisas no hotel e fazer uma nova reserva aqui na cidade... Talvez o clima rural me fizesse bem, posso reservar um quarto aqui por perto. Tem algum hotel pra me indicar?

- ora, não precisa reservar nada! Brizio, acompanhe a sua garota até Florença para buscar suas coisas e ela poderá se hospedar aqui conosco, temos quartos livres aqui.

Naquele momento tanto Fabrizio como Brigitte se engasgaram com o que estavam comendo, mas os pais dele pareciam não se importar muito com isso e continuavam ostentando um sorriso satisfeito, enquanto tomavam café.

- bravo, mi amore.– concordou o pai de Fabrizio com a loucura da mãe dele e depois se dirigiu a Brie.– será muito bem vinda em nossa casa, meu bem. Agora, preciso ir, uma das éguas machucou a pata e vou avaliar a gravidade para chamar o doutor. Tenham um bom dia!

Assim que o senhor Geovane saiu, Brigitte voltou a se dirigir a Antonella.

- senhora Santori, eu agradeço imensamente a oferta, mas, não será mesmo necessário. Eu e o seu filho Fabrizio, não somos o que a senhora está pensando.

- me chame apenas de Antonella, meu anjo. E se ficar na cidade hospedada em qualquer hotel, estará me fazendo uma desfeita sem tamanho. Conheça um pouco mais os arredores da casa e tenho certeza que mudará de ideia.

- mama, seu café hoje estava especialmente delicioso, agora nós temos algumas coisas pra resolver, ok?– interrompeu Fabrizio diante do desconforto evidente de Brie.– Depois a Brigitte decide onde quer se hospedar, sem pressão.

A senhora Antonella fez um biquinho insatisfeito, mas não insistiu mais no assunto.

Após beijar a mãe no rosto, Fabrizio se afastou em direção a saída e Brigitte o seguiu aliviada, não estava acostumada a tanta animosidade, todos na sua família eram frios e as relações quase sempre eram superficiais.

- bom, me desculpe por isso, minha família é mesmo sem limites.

- na verdade foram todos muito amáveis comigo, eles só interpretaram errado a situação.– falou sorrindo, enquanto lembrava das circunstâncias em que os pais dele a conheceram, não era uma surpresa que imaginassem tudo errado.– Obrigada, por me trazer aqui, a muito tempo eu não me sentia bem vinda em lugar algum e não sorria sinceramente pra ninguém. E... Obrigada por salvar minha vida ontem também.

Quando olhou pra Brigitte naquele instante, ela estava de cabeça baixa, e Fabrizio notou a sua vergonha por toda situação que passou, em seu rosto enrubescido. Algo nela o fazia querer estar próximo para protegê-la, e não era apenas a beleza angelical, com os cabelos escuros e compridos, os olhos castanhos e doces e a boca sensual. Quando olhava pra ela, principalmente agora, sob a luz do dia, era como se ela o hipnotizasse, como se o atraísse para si, e era desconfortante pensar em se despedir e deixa-la partir, mesmo que fosse para um hotel na mesma cidade.

- sua vida é muito mais preciosa do que consegue perceber agora. Não sabe o quanto estou feliz por ter estado lá no momento certo.– disse a encarando de uma forma estranha com aqueles olhos verdes e profundos, de forma que a fez novamente prender a respiração, como tinha acontecido quando o olhou pela primeira vez naquela manhã.– Falou sério sobre deixar a capital da Toscana e se hospedar aqui no interior?

- para ser sincera, eu não conheço muito da Itália, reservei um bom hotel pela internet e vim pra cá, mas, aqui tem tanta natureza e todos até agora foram tão amáveis comigo. Acho que poderia conhecer um pouco mais sobre este lugar.

- então, fique sabendo que para mim também será uma desfeita se não se hospedar conosco, além disso, você perderia um ótimo guia grátis, para conhecer melhor a cidade.

O dia mal havia começado e já era a segunda vez que ela sorria de verdade. Talvez finalmente tivesse encontrado um lugar pra ser feliz.

- Nesse caso eu não sei o que falar, obrigada me parece tão pouco.

- então não precisa falar nada, basta continuar sorrindo dessa forma. Agora, que tal conhecer um pouco mais da fazenda?

Fabrizio lhe estendeu a mão e juntos os dois sentiram um calor familiar que se espalhava por todo o corpo através do simples toque. Os dois se olharam no mesmo instante, confirmando que não era apenas uma impressão, mas nenhum dos dois comentou nada sobre o assunto.

Juntos, caminharam nos arredores da casa. As paisagens eram realmente de tirar o fôlego, mas na verdade, ambos sabiam que era a companhia que os estava deixando sem ar.

Salva Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora