Com um suspiro de contentamento Jill se espreguiçou na cama, empurrando os lençóis amassados para longe com os pés, e bocejou.
O ângulo da luz que atravessava as cortinas e iluminava a parede oposta dizia a ela que tinha dormido até quase o final da tarde, mas não importava. Caramelo e Amizade estavam bem. Ela e Barb haviam feito as pazes. E ainda havia Jesse.
Fazia muito tempo desde a última vez que Jill se sentira dona de motivos tão bons para se deixar ser feliz e não iria reclamar. Que seu relógio biológico enlouquecesse. Ela o curaria mais tarde com algumas taças de vinho se fosse preciso.
Ao se levantar, Jill abriu as cortinas que davam para a sua varanda e inspirou fundo, sentindo o aroma de terra molhada. A poucos metros dali, molhadores automáticos giravam e espirravam água fresca em todas as direções, regando a horta de sua mãe. Um par de garças voava baixinho na direção do poente, suas asas quase tocando a calma superfície do lago. O verde das árvores parecia se fazer ainda mais intenso naquela luz, cada folha uma pequena esmeralda tremulando na brisa fresca que soprava do sul. Mais do que o lugar onde tinha crescido, Jill percebeu que todas as suas impressões de como seria o paraíso se encaixavam bem ali, em Spring Creek, e que ela não precisava morrer para desfrutar dele.
Cantando ela desceu as escadas e, ao som da própria voz, preparou um sanduíche de pernil defumado enquanto dançava pela cozinha. Comeu sem pressa, tamborilando os dedos pelo balcão no ritmo da música e observando pela janela que dava para o pavilhão a movimentação lá fora. Não havia mais nenhum carro estacionado na entrada da enorme construção, o que só podia significar que Enrico havia ido embora.
E aquilo queria dizer que Jesse também estava acordado. Jill mal conseguia se conter, tamanha era a expectativa de estar a sós com ele mais uma vez.
Ainda havia claridade no céu quando ela caminhou para dentro do pavilhão e encontrou o domador debruçado no portão de uma das baias, observando égua e filhote.
— Tava me perguntando quando é que você iria aparecer. – ele comentou sorridente ao vê-la se aproximar.
Tão ansioso quanto ela, Jesse deu três passos na direção de Jill e a encontrou no meio do corredor. Ele não conseguia tirá-la de sua cabeça e a sua vontade era de pegá-la no colo, levá-la até sua cama, deitá-la lá e trancar a porta do quarto para que nada nem ninguém pudesse atrapalhar o que eles iriam fazer.
Jesse queria tirar a roupa de Jill centímetro por centímetro, abrindo um botão da blusa florida a cada suspiro dela, bem devagar, sem pressa alguma para acabar. E ele queria acariciá-la, sentir a pele dela se arrepiar de prazer contra seus lábios.
Fora só quando aquela chama voltou a se acender dentro de si que percebera o quanto estivera enterrado em tudo o que tinha acontecido no passado. Jesse havia se deixado esquecer como era desejar alguém, como era sentir a adrenalina pulsar por suas veias ao ter certeza de que também era desejado.
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Quando O Destino For Teu
RomanceNascidas em ranchos vizinhos, Jillian Mcmillan e Barbara Trahan são melhores amigas há tanto tempo que nem se lembram mais de quando se conheceram, porém se recordam perfeitamente do momento em que o destino as separou: Barb fora aceita na faculdade...