— Jill? – Rachel chamou pela filha do quarto de Collin – Pode ir lá embaixo diminuir a temperatura do forno pra mim? Já deu a hora.
— Posso sim. – ela prontamente respondeu, deixando de lado o cesto de roupas recém lavadas. A mãe a havia incubido de separar e dobrar as peças para que pudesse terminar de passar o aspirador nos outros cômodos, e assim dar as tarefas domésticas por encerradas.
No dia anterior, fora o térreo que passara por uma averiguação crítica. Jill havia ajudado a mãe em todas as tarefas, mas não conseguia deixar de se perguntar como é que uma pessoa podia sentir tanto prazer em cuidar de uma casa. Não fazia nem 48 horas que ela havia chegado de viagem e a casa inteira já estava limpa, organizada, cheirando a comida bem temperada e emanando aquela sensação aconchegante de lar.
— 50 graus! – Rachel gritou lá de cima e Jill teve que dar uns dois passos para trás no corredor de acesso à cozinha para a responder e ter certeza de que seria ouvida no segundo andar por cima do ruído do aspirador de pó.
— Tá bom!
Dois pés de alface colhidos na horta aguardavam na pia da cozinha para serem lavados e transformados em salada juntamente com os tomates maduros que estavam logo ao lado; uma torta de cerejas esfriava no balcão, esperando para receber uma camada final de chocolate derretido; no forno, um pernil assava em baixas temperaturas desde o meio da manhã. Sua mãe tinha grandes planos para o jantar daquela noite.
Rachel não se atrevia a chamar o que estava planejando de comemoração, só que todo mundo sabia bem o que era. Collin chegara em casa sorridente no dia anterior com a notícia de que ele e Barb haviam decidido tentar mais uma vez, mas, antes que a mãe pudesse pular de alegria, ele explicou o quanto a situação era complicada. Collin e Barb não queriam ter que esconder o que estava acontecendo de suas famílias, porém esperavam não ter que lidar com expectativas de nenhum dos lados pois não sabiam aonde aquilo iria dar, ou mesmo se chegaria a dar em alguma coisa.
Por experiência própria, Jill sabia que a mãe não interferiria no que quer que estivesse acontecendo entre o irmão e a melhor amiga, fosse bom ou ruim, mas concordava que o momento não podia passar em branco. Assim, ela apoiou quando Rachel deu a esfarrapada desculpa de que queria celebrar o nascimento da Amizade e que, para o desespero de Collin, ela convidaria Barb para um jantar especial a ser realizado naquele sábado em Spring Creek.
Só que, no instante em que Barb confirmou por telefone que topava, a mãe informou que havia uma segunda pessoa que ela queria que estivesse presente e, sem sequer esperar que Jill tivesse a chance de protestar, saiu pela porta da cozinha para ir convidá-lo pessoalmente.
Com um suspiro, Jill girou o botão de temperatura do forno até ajustá-lo e, em seguida, olhou por cima do ombro na direção das janelas da cozinha, em busca da vista que elas davam para o pavilhão.
A cada hora que se passava parecia que o bolo de palavras não ditas atravessado em sua garganta crescia mais e mais, e que nunca pararia de crescer. Sua vontade era ir até Jesse e obrigá-lo a ouvir tudo o que tinha para falar, todas as coisas que lhe vieram depois que saiu daquele estado de choque que a dominara na outra noite. Jill ainda não conseguia acreditar que ele a havia dispensado por achar que ela voltaria para Brian mesmo depois de tudo o que tinha lhe contado!
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Quando O Destino For Teu
RomanceNascidas em ranchos vizinhos, Jillian Mcmillan e Barbara Trahan são melhores amigas há tanto tempo que nem se lembram mais de quando se conheceram, porém se recordam perfeitamente do momento em que o destino as separou: Barb fora aceita na faculdade...